Os dias foram passando rápido, e agora Andreia já estava com oito meses de gestação. Quando entrei no quarto do bebê pela primeira vez, senti uma emoção enorme: tudo estava pronto, perfeito. As paredes em tons suaves, cada móvel cuidadosamente escolhido, os detalhes que só ela saberia colocar. E ali, na parede, o nome Lorenzo escrito com letras delicadas — Henrique tinha escolhido o nome do irmãozinho com tanto carinho que meu peito quase explodiu de orgulho.Cheguei do trabalho naquela noite cansado, mas com aquele sorriso inevitável de quem está feliz por voltar para casa. Assim que abri a porta, Andreia veio ao meu encontro, me recebeu com um abraço e um beijo demorados. Jantamos juntos, rindo e conversando sobre os últimos preparativos para a chegada de Lorenzo.Depois, ela pediu para que Henrique fosse dormir com a Marlene, para termos uma noite tranquila. Sem uma palavra, apenas com um olhar, seguimos para o quarto. Ao entrar, ela já estava se preparando, colocando uma camisola

GustavoNa manhã seguinte, deixei um bilhete antes de sair. Levei Henrique à escola e segui para o hospital. O dia parecia comum… até que uma reviravolta aconteceu.Eu estava atendendo quando Marlene apareceu na porta, ofegante, o rosto pálido.— Doutor Gustavo, venha rápido! Tem uns homens estranhos aqui… sotaque colombiano… eles não parecem pacientes. Estou com um mau pressentimento!Meu coração gelou. Larguei tudo e corri.Foi então que ouvi passos apressados no corredor. Cheguei a tempo de ver Andreia sendo encurralada contra a parede por um homem. Reconheci o olhar dela — era puro pavor. Meu sangue ferveu.— Solte-a agora! gritei, a voz firme, controlando a raiva.Ele a segurava com força, e quando virou para mim, percebi: era Ramires. O desgraçado que destruiu a vida dela.Tudo aconteceu em segundos. Ele avançou contra mim, rápido, pronto para me atacar. Senti a ameaça real, a morte rondando. Mas, antes que ele pudesse me atingir, um estampido ecoou.Andreia… minha Andreia tinh

Andréia A casa ainda estava tomada por aquele cheiro de aconchego que só um lar cheio de amor tem. Eu permanecia no sofá, cuidando do pequeno Lorenzo, enquanto Gustavo não desgrudava de mim. Ele parecia ainda mais protetor desde que chegamos do hospital.A campainha tocou, e Marlene correu para atender. Logo a sala foi preenchida por vozes animadas: Renata, Leonardo e Rogério chegaram juntos, trazendo presentes, flores e aquele entusiasmo contagiante de quem fazia parte da nossa história.— Olha só esse príncipe! Renata praticamente se jogou ao meu lado, encantada com o bebê. — E eu ainda não acredito que não fui convidada pra ser madrinha. Vocês me traíram, só pode! — reclamou de forma divertida, enquanto balançava a cabeça.Leonardo riu e se aproximou, colocando uma mão no ombro de Gustavo.— Parabéns, cara. Que família linda vocês estão formando.Rogério, sempre sereno, inclinou-se sobre o berço portátil para olhar Lorenzo.— Esse aí vai dar trabalho, já nasceu com cara de sapeca.

Gustavoainda sentia o coração disparado. O “sim” dela ecoava nos meus ouvidos como a melodia mais perfeita que já escutei em toda a minha vida. Tê-la nos meus braços, depois de ouvir aquelas palavras, me fez ter certeza de que nada no mundo era mais importante do que ela.O beijo dela tinha gosto de promessa, de entrega. Segurei seu rosto entre minhas mãos, querendo gravar cada detalhe, a pele quente, os olhos marejados, o sorriso trêmulo.— Você não faz ideia do quanto eu te amo, Andréia sussurrei contra seus lábios, antes de beijá-la de novo, dessa vez mais fundo, mais urgente.Quando a ergui nos braços, senti o corpo dela colar ao meu. Caminhei até o espaço que havia preparado e a deitei sobre as mantas macias, rodeadas pelas pétalas de rosa. O reflexo das velas iluminava seu rosto, deixando-a ainda mais linda.Eu me ajoelhei diante dela, sem conseguir desviar o olhar. Cada curva, cada gesto dela me hipnotizava. Passei a mão pelo seu cabelo, afastando uma mecha do rosto, e deixei

A recepção estava delicadamente preparada. O salão chique tinha mesas pequenas, arranjos em lilás e branco espalhados pelos cantos, e uma mesa central com flores claras, onde aconteceria a assinatura do civil. O ambiente era intimista, acolhedor e ao mesmo tempo elegante, exatamente como Andréia havia sonhado.Ela apareceu acompanhada de Marlene, que ajeitava com carinho a barra do vestido midi rodado. O branco do tecido contrastava com o brilho emocionado nos olhos dela. O cabelo solto em ondas delicadas caía sobre os ombros, e o sorriso tímido revelava tanto a felicidade quanto o nervosismo daquele momento.Gustavo já estava à frente, ao lado do juiz de paz, vestindo um terno claro em tom bege. Assim que a viu se aproximando, o coração disparou. Ele sorriu de um jeito que fez todos os presentes sentirem a força daquele amor.Maria Lúcia, sentada com os netos Henrique e Lorenzo. Otávio, emocionado, tentava disfarçar o nó na garganta ao ver o filho prestes a se casar.Os amigos médico