Vittoria sente as bochechas arderem quando os lábios se separam, e o sorriso que surge é impossível de conter, uma mistura transparente de vergonha e felicidade.Ela baixa o olhar por um instante, tentando disfarçar o rubor, mas logo abre a caixinha de macarons de novo, como se o gesto pudesse camuflar a maneira como o coração dela dispara.— Você é impossível, Vincenzo. — Vittoria murmura, meio rindo, meio sem saber como reagir à ousadia dele em pleno meio da rua.— Difícil me controlar perto de você, bella. — Vincenzo admite, o olhar preso nela enquanto lambe devagar o resto de recheio que ficou no canto da boca. — Cada gesto seu me deixa faminto por mais.Vittoria pega um macaron cor-de-rosa e morde devagar, os olhos brilhando como se aquele doce fosse um presente inesperado da vida.O sorriso que surge em seus lábios é puro, mas dura pouco: uma pontada de tristeza atravessa o olhar quando ela se lembra de todas às vezes em que recusou os convites de Vincenzo, não por falta de vont

Mesmo tendo começado como um compromisso de Vincenzo para resolver um problema, Vittoria, com sua presença e entrega, transformou tudo em algo diferente: uma fuga disfarçada, um refúgio onde podiam viver o amor sem pressa, como se o tempo tivesse se curvado apenas para os dois.No início da noite, Vittoria ajeita a echarpe sobre os ombros diante do espelho do quarto do hotel, o reflexo devolvendo a imagem de um sorriso que ela mesma não consegue disfarçar.Havia nos olhos dela um brilho leve, fruto de algo simples: estar com Vincenzo.Quando ele surge atrás dela, ajustando o relógio no pulso enquanto o perfume amadeirado se espalha pelo ambiente, Vittoria sente o coração acelerar descompassado, como se estivesse diante dele pela primeira vez, arrebatada pela mesma intensidade que a surpreendeu desde o início.— Está pronta? — Vincenzo pergunta, enquanto o olhar dele se prende ao reflexo de Vittoria no espelho, carregado de uma admiração intensa.— Sim. — Vittoria responde, girando sobr

Vincenzo se levanta e ajusta o paletó com a imponência de sua postura autoritária, enquanto observa o primo imitá-lo, ainda que de forma mais contida, como se o gesto fosse uma silenciosa medida de forças entre eles.— Tenho outros assuntos a tratar. Garanta que tudo continue sob controle. — Vincenzo declara, a voz carregada de comando que dispensa explicações.Sem conceder espaço para respostas, ele abandona a sala com a mesma autoridade que impõe em suas palavras.Fabrizio se senta na cadeira atrás da mesa, deixando os dedos percorrerem o apoio, enquanto um sorriso satisfeito se forma em seus lábios, como se acreditasse ter assumido o controle da conversa.— Idiota, manipulável. — Fabrizio murmura, retirando o celular do bolso e digitando uma mensagem com um sorriso irônico nos lábios, como quem se diverte com o próprio veneno.Enquanto isso, em uma cafeteria afastada do centro da cidade, Vittoria envolve a xícara com as mãos, permitindo que o calor do café se espalhe pelos dedos del

Por um momento, apenas o som do vento acariciando as folhas preenche o silêncio, como se a natureza inteira guardasse respeito àquele instante entre eles.— Não importa o que aconteceu, não importa quanto tempo perdemos, você está aqui agora, e isso é tudo o que importa para mim. — Vincenzo murmura, como se cada palavra fosse um voto eterno.Ali, naquele instante, eles compreendem com absoluta clareza: nada mais conseguirá separá-los. O que quer que o mundo traga, todas as barreiras já foram rompidas, todos os medos silenciados. Restam somente eles dois, inteiros um no outro, como se cada batida de seus corações fosse a prova viva de que, acima de tudo, só existe o amor deles.Vittoria se vira lentamente nos braços dele, os olhos ainda marejados, mas agora iluminados por um sorriso sereno.— Vince, podemos ir até ele? — Vittoria murmura, as palavras carregadas por uma tristeza que pesa no ar.— Podemos. — Vincenzo responde, a voz baixa, compreendendo exatamente o que ela está pedindo

Vittoria se inclina e o beija, entregue por completo ao amor que os une, enquanto a gratidão pulsa em seu peito por estarem vivendo, enfim, instantes de serenidade e felicidade após dias tão intensos e conturbados.— Mal posso esperar para viajar com você outra vez. — Vittoria sussurra, permitindo que os lábios deslizem lentamente pelos dele, em uma carícia que mistura ternura e desejo.Em questão de instantes, o café da manhã se torna somente um detalhe esquecido, e, como sempre acontece entre eles, a chama do desejo cresce sem limites, incendiando cada parte de seus corpos.Vincenzo a puxa para o colo, e o contato de seus corpos se encaixando desperta um gemido baixo nos lábios dela.Vittoria se entrega sem reservas, deslizando os dedos pelos cabelos dele, puxando-o mais para si, como se a proximidade nunca fosse suficiente.O calor se espalha pela pele, cada toque incendiando o ar ao redor, até que a respiração deles se confunde em suspiros e murmúrios entrecortados.Alguns dias se