Três dias depois, a cumplicidade entre eles se mostra ainda mais intensa, fortalecida a cada momento compartilhado.Vincenzo continua apresentando a cidade para Vittoria como quem abre as portas do próprio mundo, guiando-a por ruas que guardam memórias, cafés escondidos e lugares que revelam fragmentos de sua história.A segunda-feira surge no calendário trazendo consigo um peso silencioso, como se o próprio tempo anunciasse o início de algo inevitável.— Como você está? — Vittoria pergunta, enquanto envolve a cintura dele em um gesto suave e íntimo.— Bem. — Vincenzo responde, deixando que a simplicidade das palavras esconda a intensidade do que realmente sente. — Você irá ficar bem? — Questiona, beijando o topo da cabeça dela e afastando-se logo depois.— Sim. — Responde, com um sorriso suave que ilumina o rosto. — Irei preparar um almoço delicioso, do jeito que você gosta.— Estou ansioso por isso. — Comenta, aproximando-se novamente e puxando-a pela cintura. — Se precisar de qualq

Nos dias seguintes, a dinâmica em Savoca manteve-se estável, enquanto Fabrizio seguia à frente dos interesses da família, conduzindo com determinação cada decisão e preservando uma vigilância constante diante de qualquer sinal de ameaça.Ao mesmo tempo, ele mantinha Vincenzo constantemente informado sobre qualquer alteração que interferisse nos negócios, uma estratégia calculada para reforçar sua imagem de lealdade e demonstrar que era digno de confiança.E ele redobrou a cautela, restringindo seus contatos somente a associados de confiança e familiares, evitando qualquer aproximação externa que pudesse levantar suspeitas quanto às suas intenções, sobretudo se realmente estivesse sob observação.Em Bath, a rotina se mantinha e, a cada nova consulta ou sessão de quimioterapia, Vincenzo estava presente, sempre atento e preparado, recorrendo a pequenas estratégias para tornar o procedimento mais suportável e menos doloroso para Lily.No tempo em que permanecia longe do hospital, ele se d

O consultório ganha uma leveza rara, enquanto as risadas suaves se espalham pelo ambiente, quebrando a rigidez habitual e substituindo o peso dos últimos dias por um instante de descontração sincera.— A Vittoria sabe? — Edward pergunta, estreitando os olhos com curiosidade enquanto observa Vincenzo fechar o notebook.— Ela tem consciência de que houve alguém antes dela. — Vincenzo responde, erguendo-se com naturalidade. — Mas não que chegamos a formalizar um noivado. — Acrescenta, retirando o jaleco com calma. — Nossa relação sempre foi complexa, pautada menos pelo passado e muito mais pela intensidade do presente.— Entendo. — Comenta, inclinando levemente a cabeça enquanto o observa.— Então é isso. — Murmura, soltando um suspiro pesado. — Foi bom ter, por alguns dias, a sensação de normalidade. — Acrescenta, encarando o amigo com um meio sorriso cansado.— Você sente falta disso, não é? — Indaga, levantando-se também, os olhos fixos em Vincenzo, como se já soubesse a resposta ante

Vittoria repousa a cabeça no peito dele, sentindo a pele quente e o coração ainda pulsando acelerado sob seu rosto.Os dedos dela percorrem devagar os músculos rígidos, desenhando linhas imaginárias em uma carícia lenta e envolvente.O calor do corpo dele a envolve por completo, e o som grave da respiração entrecortada de Vincenzo se mistura ao dela, criando um compasso íntimo e sensorial, onde o cansaço é doce e o prazer ainda vibra em cada parte de seus corpos entrelaçados.— Podemos ficar mais alguns dias? — Vittoria sussurra, a voz delicada, quase suplicante.No fundo, ela não deseja retornar à realidade que a sufoca há tantos anos, prefere prolongar o refúgio que encontra nos braços de Vincenzo, onde tudo parece simples, livre e seguro.— Não podemos. — Vincenzo responde, os dedos traçando lentamente a linha das costas dela. — Amanhã precisamos estar em um casamento.Vittoria se inclina na cama, o cotovelo afundando no colchão macio, enquanto o observa com um olhar surpreso.— Ca

Vincenzo deixa escapar um sorriso de lado, contido, ao sentir os dedos dela apertarem os seus com força crescente, como se quisessem gravar na própria pele a marca inconfundível de sua posse.É quase prazeroso aquele gesto dela, porque Vincenzo conhece cada faceta de Vittoria e sabe o quanto ela pode ser ciumenta, mas sobretudo dominadora quando esse lado aflora.O aperto firme nos dedos não é somente uma demonstração de posse, é uma declaração silenciosa de poder. E, como ela o reivindica, o instiga de tal maneira que chega a despertar nele uma excitação perigosa, a lembrança irresistível de que, mesmo em fúria, ela consegue dominá-lo como ninguém.— Senhor Harrington. — Seraphina cumprimenta, com um sorriso discreto, inclinando levemente a cabeça. — Imagino que a viagem de Bath até aqui tenha sido bastante produtiva. — Acrescenta, deixando o olhar deslizar lentamente até Vittoria, o tom suave demais para ser ofensivo, mas carregado da sutileza de uma provocação calculada.— Querido