Vincenzo permanece imóvel diante da porta, a mão ainda apoiada na madeira, e então deixa escapar um riso baixo, quase imperceptível.— Você tem coragem, bella. — Vincenzo declara, a voz grave ressoando firme, cada palavra revelando que o deboche dela, em vez de afastá-lo, somente o instiga ainda mais. — Mas não se engane, cada afronta tem um preço, e o seu será alto.E sem esperar que ela o provoque ainda mais, Vincenzo se afasta, os passos firmes ecoando pelo corredor até o quarto vizinho.No interior, cada movimento ao despir-se carrega o peso de sua frustração: os gestos são bruscos, a respiração irregular, e o silêncio só amplifica o estresse que o corrói.Ele aperta os punhos, irritado não apenas com Vittoria, mas consigo mesmo, porque sabe que não pode cobrá-la, não quando a razão de toda aquela distância, da fúria e do desprezo dela, recai inteiramente sobre suas próprias escolhas.Vincenzo se deixa cair sobre a cama, o peso do corpo afundando no colchão que, de tão vasto, pare

Seraphina obedece sem questionar, os passos firmes e elegantes conduzindo-a até a porta, embora o peso das palavras de Vincenzo ainda pareça recair sobre seus ombros.Ao abrir, depara-se com Tommaso, encostado casualmente na parede, como se já a aguardasse, trazendo no rosto uma expressão de irritação que refletia a mesma tensão de Vincenzo.— Me acompanhe. — Tommaso ordena, já avançando pelo corredor com passos firmes, sem sequer esperar por uma resposta.Seraphina ergue o queixo e o segue, os saltos ecoando pelo piso em contraste com os passos firmes e decididos de Tommaso.O corredor é amplo e imponente, as paredes adornadas por retratos antigos da família, misturados a símbolos que carregam tanto tradição quanto ameaça.Cada soldado que cruza o caminho deles ergue brevemente o olhar, alguns disfarçando curiosidade, outros deixando claro o desdém diante da presença de uma mulher naquele espaço dominado por homens.Tommaso não se detém em explicações, caminha com a segurança de quem

Bianca a observa por alguns segundos, o sorriso travesso se desfazendo para dar lugar a uma expressão mais suave.— Está tudo bem? — Bianca pergunta, ajustando o passo para acompanhar a amiga e observando-a de perto, como quem tenta decifrar cada gesto em silêncio.— Não. — Vittoria admite, o olhar preso adiante enquanto cruza a porta da farmácia, como se não tivesse coragem de encarar a amiga. — Agora que o teste está nas minhas mãos, sinto o medo apertar cada vez mais forte. Dio mio, o que foi que eu fiz?O ar fresco da rua não traz alívio, em vez disso, parece mais pesado e denso, tornando-se cada vez mais difícil de suportar.Vittoria mantém o olhar fixo adiante, o corpo rígido, e a cada passo sente as pernas perderem firmeza, como se o chão quisesse ceder debaixo dela.O coração dispara em um ritmo descompassado, rápido demais para a simples caminhada, e o medo, que até pouco antes era apenas um pensamento sufocante, se espalha como uma onda invisível, apertando-lhe o peito com f

Vincenzo contempla a mulher à sua frente, e por um instante sente que o mundo inteiro se reduz somente à visão dela.O vestido vermelho abraça suas curvas com uma elegância impecável, enquanto a fenda ousada na perna esquerda, que sobe até a coxa, acrescenta uma sensualidade irresistível.O rabo de cavalo em ondas emoldura seu rosto, ressaltando a delicadeza dos traços, e a maquiagem, suave, faz seus olhos brilharem como se guardassem segredos capazes de hipnotizá-lo.Aos olhos de Vincenzo, Vittoria não está apenas linda, ela é a síntese perfeita entre desejo e divindade, a visão mais sublime que um homem poderia contemplar.— Você não imagina o que faz comigo. Cada vez que te olho, sinto que o mundo inteiro perde o brilho, porque nada consegue competir com você.Vittoria sorri instintivamente, como sempre acontece a cada elogio dele, o coração aquecido pela doçura das palavras.— Obrigada. — Vittoria responde, em tom seco, o olhar desviando enquanto a lembrança da chateação se impõe.

Antes que Vittoria consiga reagir, a cerimonialista anuncia a entrada dos noivos e todos se levantam de imediato, aplaudindo enquanto o casal atravessa o salão sob os olhares atentos dos convidados.Antonella desfila com o braço enlaçado ao de Fabrizio, sustentando o sorriso vitorioso que parece colado ao rosto, decidida a não permitir que a intrusa lhe roube o brilho e já certa de que, mais cedo ou mais tarde, encontrará uma forma de lhe ensinar a devida lição.— Irei arrancar essa mulher do nosso caminho, Fabrizio. — Antonella sussurra, o olhar fixo em Seraphina, agora consciente da verdadeira identidade dela. — E quando terminar com ela, farei o bastardo do Vincenzo entender que ousar me desafiar foi o maior erro da vida dele.— Como quiser, Antonella. — Fabrizio responde, em voz baixa, o semblante inalterado, mas os olhos refletindo a mesma frieza das palavras dela. — Apenas me diga quando, que cuidarei para nada impedir você.— Eu sempre soube que juntos seríamos imbatíveis, Fabr