Helena Narrando... O Theo mal parou o carro e eu já desci, o coração martelando tão forte que parecia querer romper o peito. O portão de vidro da clínica se abriu com um som suave, mas dentro de mim tudo era ruído — o som da minha respiração curta, o sangue zumbindo nos ouvidos, e o medo, aquele medo antigo, quase infantil, que volta quando a gente sabe que está prestes a perder algo que ama. O cheiro de antisséptico me atingiu assim que entrei. O piso branco brilhava, refletindo as luzes frias do teto. O balcão da recepção parecia distante, embora estivesse a poucos metros. — Com licença... — minha voz falhou na primeira tentativa, e precisei inspirar fundo pra tentar de novo. — Eu... eu sou a filha da senhora Marisa Martínez. Eu recebi uma ligação, disseram que o estado dela tinha piorado. Eu... preciso vê-la, por favor. A recepcionista levantou o olhar, visivelmente desconfortável. Ela digitou algo no computador, olhou pra tela e depois pra mim, os lábios se movendo devagar, co
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