Lorenzo Narrando…
O céu estava cinzento, pesado, como se o próprio dia tivesse consciência do que significava. A chuva fina da madrugada tinha parado há pouco, mas o ar ainda carregava aquele cheiro de terra úmida e flores recém-cortadas. Aquelas coroas, alinhadas em torno do caixão, pareciam tentativas inúteis de embelezar o inevitável.
O enterro foi simples, sem luxo, sem a pompa dos eventos corporativos que costumo frequentar. E, mesmo assim, havia algo ali que me prendeu mais do que qualquer reunião milionária poderia fazer.
Helena.
Ela estava parada, com o rosto pálido e o olhar vazio, vestida de preto da cabeça aos pés. O vento batia leve nos cabelos dela, e eu podia ver o quanto ela se esforçava para se manter firme — o tipo de força silenciosa que não se aprende em lugar nenhum. Aquela dor... não havia como disfarçar. E eu sabia, de alguma forma, que nada que eu dissesse tornaria aquilo mais suportável.
A equipe da V-Tech compareceu em peso. Mesmo que muitos nem a co