POV Liah
As correntes rangeram quando tentei me mover. Meus pulsos estavam presos acima da cabeça há horas, talvez dias – eu já não sabia mais o tempo ali. O frio da madrugada entrava pelas frestas da torre de pedra, cortando minha pele nua como lâminas de gelo. Minhas lágrimas secaram, mas a vergonha continuava queimando. Cada parte de mim latejava com o toque dele, mesmo que ele nunca tivesse realmente… me tomado. Seu cheiro ainda impregnava minha pele – madeira queimada, fumaça e ferro quente. "Por que ele faz isso comigo? Por que meu corpo queima por ele, mesmo quando minha alma grita de medo?" Fechei os olhos, tentando reprimir o calor que subia pelo meu ventre. Mas era inútil. Desde que fui marcada, nada mais era meu – nem minha mente, nem meu corpo, nem meus desejos. Tudo era dele agora. Ouvi passos pesados subindo a torre. Meu coração acelerou até doer. Cada batida ecoava nas correntes que me prendiam, anunciando meu medo. A porta rangeu. O cheiro dele chegou antes de sua voz. Meu corpo inteiro tremeu. ----------- POV Magnus Ela estava amarrada na cama de pedra, com o corpo pálido exposto ao frio da madrugada. Sua camisola fina estava rasgada, mal cobrindo seus seios pequenos e a curva suave de suas coxas. As correntes tilintavam toda vez que ela respirava fundo, em desespero silencioso. Minha maldita maldição. Fechei a porta atrás de mim e caminhei até ela. Cada passo ecoava pesado na masmorra silenciosa. "Fraca. Ridiculamente fraca…, mas tão pura." O cheiro dela era viciante. Medo, vergonha… e cio. Um cio tão doce que me fazia querer rasgá-la inteira. — Olhe para mim, ômega. — Ordenei, minha voz baixa e rouca como um trovão contido. Ela ergueu os olhos negros, marejados. Seus lábios tremiam. A vergonha queimava em suas bochechas. — Magnus… por favor… não… — sua voz falhou, embargada pelo choro contido. — Eu… eu não suporto mais… Aproximei meu rosto do dela, tão perto que senti seu hálito quente contra minha boca. Nossas respirações se misturaram em nuvens de vapor no frio da torre. — Não suporta mais? — perguntei, rosnando baixo, sentindo meus caninos se alongarem com o desejo bruto. — E mesmo assim… — minha mão grande desceu por seu pescoço marcado até os seios trêmulos, sentindo seus mamilos endurecerem sob meu toque — …seu corpo implora por mim. Ela chorou baixinho, mordendo o lábio para conter um gemido humilhante. Mas seus quadris se ergueram levemente quando meus dedos roçaram a pele sensível abaixo do ventre. “Maldita.” Inclinando-me sobre ela, prendi seus lábios nos meus. Não foi um beijo suave. Foi brutal. Quente. Possessivo. Um beijo que roubou seu ar e sua sanidade. Nossos dentes se chocaram, minhas presas roçaram sua boca delicada, arrancando-lhe um gemido trêmulo que vibrou direto no meu peito. Apertei seu quadril com força suficiente para deixá-la dolorida, sentindo sua entrada quente e molhada roçar contra minha calça. O cheiro dela me enlouquecia. Meu membro latejava dolorosamente, exigindo que eu a tomasse ali mesmo, amarrada e chorando de prazer e medo. — Você sente isso, não sente? — sussurrei contra seus lábios vermelhos e inchados. — Esse desejo sujo… esse calor que queima sua alma mesmo quando você me odeia. Ela soluçou, lágrimas silenciosas escorrendo pelas têmporas. Mas não negou. “Fraca. Mas minha.” Afastei meus lábios dela, observando seu rosto corado, os olhos fechados, o peito arfando rápido. — Abra os olhos. — Ordenei. Ela obedeceu de imediato, os cílios molhados tremendo contra suas bochechas. — Você me odeia, não é? — perguntei, passando o polegar manchado de sangue seco pelos seus lábios úmidos. Ela hesitou, então assentiu, chorando. Um sorriso frio curvou meus lábios. — Ótimo. — Inclinei-me, roçando minha língua contra sua marca latejante no pescoço, sentindo seu corpo inteiro estremecer debaixo do meu. — Continue me odiando, pequena. Isso só me faz querer quebrar você mais rápido. Me levantei, ignorando seus soluços, e caminhei até a porta. Antes de sair, olhei por cima do ombro, vendo seu corpo nu e amarrado tremendo no colchão de pedra. — Lembre-se, ômega… — minha voz saiu baixa, letal, carregada de desejo cruel. — Da próxima vez que eu te beijar… não vai ser só a sua boca que vou tomar. Fechei a porta, deixando para trás apenas o som de seu choro abafado e o cheiro doce do medo misturado ao desejo que preenchia toda a masmorra. Minha maldição. Minha arma. Minha serva. E, em breve… minha esposa. Que ela quisesse ou não.