POV Liah
O frio das correntes de ferro queimava meus pulsos. Eu estava deitada de lado sobre o colchão duro, com as mãos presas acima da cabeça e os tornozelos amarrados às barras da cama. Minhas lágrimas já haviam secado. Agora, só restava o vazio. O medo queimava baixo, constante, como brasas acesas no fundo do meu peito. “Por que… por que ele está fazendo isso comigo?” Tentei me mover, mas os elos de ferro tilintaram alto, lembrando-me da minha prisão. Meus ombros doíam pela posição forçada, e a camisola fina estava rasgada no ombro esquerdo, expondo minha pele à brisa gélida que vinha da janela alta. A marca latejava em meu pescoço, queimando como fogo líquido em minhas veias. Era como se cada batida do meu coração ecoasse ali, relembrando a quem eu pertencia. Eu não sabia se era o frio ou a febre que fazia meu corpo inteiro tremer. Mas, por dentro, algo queimava mais que o medo: um calor sujo que subia do meu ventre, pulsando em lugares que eu não entendia. “Não… não posso sentir isso… ele é um monstro… ele me odeia…” Ouvi passos pesados se aproximando no corredor de pedra. O som ecoava pelo quarto escuro como batidas de tambor, cada uma apertando meu peito até doer. A porta se abriu com um rangido baixo. Eu tremi, fechando os olhos com força. “Por favor… não…” ------------- POV Magnus A primeira coisa que senti ao entrar foi o cheiro dela. Medo. Lágrimas secas. Mas… também o cio. Um cheiro doce, viciante, que me atingiu como uma lâmina quente direto no cérebro. Ela estava deitada, amarrada à cama, com a camisola rasgada deixando sua pele pálida exposta. Sua respiração era rápida, o peito subindo e descendo como o de um animalzinho acuado. “Fraca. Ridiculamente fraca.” Meus punhos se fecharam até os nós dos dedos ficarem brancos. Tudo em mim gritava para rasgá-la inteira. Para arrancar dela cada gemido, cada lágrima, até que implorasse meu nome em completa submissão. Mas… havia algo mais queimando em minhas entranhas. Possessividade. Raiva. Desejo. Ódio. Tudo misturado em um nó sufocante. — Abra os olhos, ômega. — Minha voz saiu baixa, quase um rosnado. Ela obedeceu de imediato. Seus olhos negros brilharam com lágrimas novas, e seu corpo estremeceu nas correntes. — Magnus… por favor… — sua voz era um sussurro partido. — Eu… eu não aguento mais. “Fraca.” Mas aquela fragilidade me envenenava. Eu queria esmagar sua pureza até não restar nada. Caminhei até ela, passando a mão pelos cabelos longos espalhados sobre o colchão. Seus fios eram macios, tão diferentes de tudo que eu tocava naquela fortaleza imunda. — Você sabe por que está aqui? — perguntei, apertando seus cabelos na raiz e forçando seu rosto a se erguer para mim. Ela mordeu o lábio, os olhos marejados de medo e algo mais… algo que fez meu membro pulsar de desejo. — Porque… você me odeia… — sussurrou, a voz embargada. Meu peito vibrou com um riso baixo, sombrio, que ecoou pelo quarto gelado. — Eu te odeio. — Confirmei, aproximando meu rosto do dela, tão perto que senti sua respiração quente roçar meus lábios. — Mas meu corpo… — minhas presas roçaram sua marca, arrancando-lhe um gemido trêmulo — …meu corpo te quer. Mesmo que eu deseje te matar. Ela chorou em silêncio, os lábios tremendo. Mas senti suas coxas se apertarem involuntariamente, o cheiro de seu desejo puro ficando mais intenso no ar frio. “Maldita.” Passei as garras afiadas pela alça rasgada de sua camisola, rasgando o tecido com facilidade. Seus seios pequenos se expuseram ao frio, os mamilos se enrijecendo ao contato com o ar gelado. Seus quadris estremeceram, e ela virou o rosto, corada de vergonha. — Não se esconda de mim. — Rosnei baixo, passando a mão quente sobre seu ventre trêmulo. — Eu poderia matar você agora. Poderia abrir sua garganta… — minhas garras arranharam de leve sua pele sensível, arrancando-lhe um gemido baixo de medo — ..., mas vou quebrar você primeiro. Ela respirava rápido, os olhos cheios de lágrimas. Mas, quando deslizei meus dedos entre suas coxas, senti sua entrada quente e molhada me receber com facilidade. “Virgem…, mas faminta. Por mim.” Meu membro latejava de desejo bruto enquanto eu a sentia se contrair contra meus dedos. Inclinei-me, roçando os lábios em seu ouvido. — Seu corpo me implora, ômega. Mesmo quando sua boca suplica para eu parar. Ela chorou, mas seus quadris se ergueram, buscando meu toque. Eu a odiava. Odiava cada parte sua que me prendia como correntes invisíveis. Mas mais do que tudo… odiava o que ela despertava em mim. Inclinei-me sobre ela, sentindo meu peito tocar seus seios nus. Sua pele gelada queimava sob meu calor. — Eu vou quebrar você, Liah. — Murmurei, roçando os lábios em sua marca, sentindo seu corpo estremecer inteiro. — E então… vou reconstrui-la apenas para quebrá-la de novo. Quando saí do quarto, suas lágrimas ainda escorriam silenciosas. Mas, no fundo, eu sabia: Ela já não era mais dela mesma. Era minha. Minha serva. Minha propriedade. Minha maldição.