Thiago suavizou a expressão, como se lhe oferecesse uma tábua de salvação.— Confia em mim, Isa. Eu vou cuidar de tudo. Só preciso que você esteja pronta quando eu disser que é hora.Ela engoliu em seco e, com lágrimas nos olhos, assentiu levemente.Um sorriso satisfeito curvou os lábios de Thiago.— Ótimo. Vou organizar tudo e te aviso.Do lado de fora, já distante, Rafael apertava o volante do carro com força. A imagem de Isadora defendendo Thiago não saía de sua mente. O peito ardia, a raiva e a dor se misturando.O celular vibrou no painel, interrompendo seus pensamentos. Ele atendeu sem nem olhar o número.— Rafael, é o Diego — a voz soou séria do outro lado. — Preciso que venha até meu escritório. É urgente.Rafael franziu a testa, o coração acelerando ainda mais.— O que aconteceu?— É melhor a gente conversar pessoalmente — Diego respondeu, grave. — Vem agora.Rafael assentiu, mesmo que ninguém pudesse vê-lo. Encostou o carro no acostamento por um instante, fechando os olhos e

O silêncio entre eles parecia pulsar. O ar estava carregado, pesado demais para se fingir de neutro. Um beijo que incendiou memórias, que quebrou muralhas, mas também reacendeu medos.Rafael apenas a envolveu em seus braços, a postura firme, os olhos fixos. Quando afastou os lábios dos dela, pousou a mão sobre o queixo dela, erguendo-o com suavidade.— Isa… — murmurou, a voz grave. — Eu não aguento mais essa distância entre nós.Ela respirou fundo, o coração disparado. Antes que pudesse protestar, os lábios dele tomaram os seus outra vez. Foi um beijo mais profundo, quente, faminto. O corpo dela respondeu antes mesmo que sua mente pudesse reagir. As mãos de Rafael deslizaram por sua cintura, aproximando-os ainda mais, e um arrepio percorreu-lhe a espinha.Quando o calor já tomava conta de tudo e o corpo dela parecia prestes a ceder completamente, Isadora o empurrou com suavidade, o rosto corado, a respiração acelerada.— Rafael… não podemos… não aqui — disse, com a voz trêmula.Ele se

Rafael continuava deitado ao lado dela, os dedos acariciando a curva do rosto de Isadora enquanto ela despertava lentamente. O aroma do café da manhã ainda pairava no ar, misturado ao cheiro de lenha da lareira que ainda crepitava suavemente.— Bom dia, minha futura esposa — murmurou ele, puxando-a para um beijo delicado na testa.Ela sorriu, desviando o olhar para esconder as lágrimas que ameaçavam cair. — Bom dia, Rafael.Ele a abraçou com força, como se pudesse protegê-la até de si mesma, sentindo cada batida do coração dela contra o seu peito.— Hoje vai ser nosso dia — disse ele baixinho, mais para si do que para ela. — Só nós dois.Isadora engoliu em seco, o coração apertado. Por mais que desejasse se entregar, havia o peso da decisão que precisava tomar e o segredo que carregava. Ainda assim, naquele momento, deixou-se envolver completamente por ele, pelo calor dele, pelo toque dele.Na cozinha rústica, Rafael preparou uma mesa simples, mas acolhedora: frutas frescas, pães case

Rafael saiu da casa de Laura tomado pela ansiedade, o coração apertado e a mente girando em mil cenários possíveis. Cada segundo sem notícias de Isadora parecia uma eternidade. Correu até seu carro, ligou o motor e acelerou, os pneus cantando no asfalto molhado da madrugada. O trânsito leve não ajudava sua calma; ele precisava chegar ao aeroporto o mais rápido possível.Ao estacionar no terminal, ele desceu correndo, bagagem deixada de lado, passando por passageiros sonolentos e funcionários que lançavam olhares curiosos. Pegou o telefone e ligou para seu secretário particular, a voz firme e urgente:— Quero que investigue todos os voos que partiram nesta madrugada. Preciso saber em qual estava Isadora, destino, horário, e com quem viajou. Quero todos os detalhes agora. — A respiração dele era curta, cada segundo parecia pesar uma tonelada.Enquanto isso, ele corria de um lado para outro, olhando monitores, perguntando em balcões, sem sinal da mulher que ocupava cada pensamento seu. C

No hospital, o silêncio da ala restrita onde Rafael estava internado parecia gritar para aqueles que esperavam por notícias. O pai dele mantinha tudo sob sigilo absoluto. Ordenara que nenhum detalhe fosse repassado à imprensa — dona Helena não poderia suportar um choque tão forte. Mas enquanto os jornais permaneciam em silêncio, alguém já se movimentava nas sombras. Patrícia, sempre calculista, recebia de um de seus informantes a ligação que esperava. — Tenho notícias, senhora — disse a voz firme do outro lado da linha. — Rafael sofreu um acidente grave esta madrugada. Está internado e inconsciente. O pai dele está controlando as informações para não vazar à mídia. Um sorriso cínico curvou os lábios de Patrícia antes de se transformar em uma máscara de falsa dor. — Obrigada. Continue me informando sobre cada detalhe. Quero saber tudo o que acontecer. Desligando o telefone, ela se olhou no espelho. Ajeitou os cabelos, borrifou perfume e ensaiou uma expressão de sofrimento. Sabia