No hospital, o silêncio da ala restrita onde Rafael estava internado parecia gritar para aqueles que esperavam por notícias. O pai dele mantinha tudo sob sigilo absoluto. Ordenara que nenhum detalhe fosse repassado à imprensa — dona Helena não poderia suportar um choque tão forte.
  Mas enquanto os jornais permaneciam em silêncio, alguém já se movimentava nas sombras. Patrícia, sempre calculista, recebia de um de seus informantes a ligação que esperava.
  — Tenho notícias, senhora — disse a voz firme do outro lado da linha. — Rafael sofreu um acidente grave esta madrugada. Está internado e inconsciente. O pai dele está controlando as informações para não vazar à mídia.
  Um sorriso cínico curvou os lábios de Patrícia antes de se transformar em uma máscara de falsa dor. — Obrigada. Continue me informando sobre cada detalhe. Quero saber tudo o que acontecer.
  Desligando o telefone, ela se olhou no espelho. Ajeitou os cabelos, borrifou perfume e ensaiou uma expressão de sofrimento. Sabia