Do meu lugar, na segunda fileira, o brilho das luzes do palco refletia em taças e metais, criando um jogo de reflexos que quase me distraía quase.Nathaniel estava ali, no centro do palco, falando com a mesma confiança que sempre teve. A voz firme, o olhar seguro, os gestos calculados. A plateia o observava com atenção, absorvendo cada palavra sobre inovação, sustentabilidade e expansão de mercado.Ao meu lado, Sebastian acompanhava tudo com o mesmo ar diplomático de sempre, fazendo pequenas anotações mentais, enquanto Sophie cochichava algo com a Chloé, que sorria, encantada com a grandiosidade da apresentação.Mas eu não ouvia mais nada.O som da voz dele parecia preencher todos os espaços, mesmo os que eu tentava manter sob controle.Era curioso o homem que eu conhecia por completo, cada traço, cada silêncio, agora parecia tão distante. O CEO da Walker era uma figura pública, poderosa, inatingível. E eu, por um instante, esqueci que conhecia a forma como ele respirava depois de diz

A manhã em Nova Iorque estava fria, e o vidro panorâmico do meu escritório refletia a cidade em tons metálicos. Eu ainda segurava uma caneta quando ouvi a porta se abrir.Meu pai entrou sem anunciar, como sempre fazia, com aquele passo firme e olhar que parecia medir tudo ao redor inclusive a mim.— Bom dia, Eliza. — disse, ajeitando o relógio no pulso. — Soube que a conferência em Genebra foi um sucesso.Assenti, sem interromper o movimento da caneta. — Foi, sim. A Crown se destacou.— Eu imagino. — respondeu com um tom neutro, antes de pousar o olhar diretamente sobre mim. — E o Walker?Levantei os olhos, sabendo exatamente aonde ele queria chegar. — O Nathaniel fez a parte dele.— A parte dele? — ele repetiu, com ironia discreta. — Ou será que fez mais do que isso?Deixei a caneta sobre a mesa. — Se está perguntando se voltamos, sim. Voltamos.O silêncio que se seguiu foi breve, mas pesado. Ele se recostou na poltrona à frente da minha mesa, cruzando as pernas com a tranquilidad

Olá, minhas queridas leitoras que acompanharam a história da Eliza e do Nathan. Quero começar agradecendo, de coração, por cada leitura, cada mensagem, cada palavra de carinho que recebi ao longo desse caminho. Escrever essa história foi uma jornada intensa de amor, orgulho, poder e reconciliação e ter vocês comigo fez tudo isso valer ainda mais a pena. Chegar ao fim desse livro não significa chegar ao fim dessa história. Pelo contrário o universo da Bennet Crown e da Walker ainda tem muito a revelar. Afinal, algumas histórias só estão começando. A Sophie, por exemplo, sempre foi uma personagem que me tocou profundamente. Ela é leal, forte, humana, mas também carrega dores e segredos que merecem ser contados com o mesmo cuidado. E o Liam… bem, vocês sabem: ele é um Walker, o que já diz muito. Os dois têm uma história intensa pela frente — e eu mal posso esperar pra compartilhar isso com vocês. Ah, e claro, a Chloe e o Blake também têm muito o que viver (mas essa é uma promes

A casa dos meus pais em Illinois nunca pareceu tão silenciosa. O mesmo jardim, o mesmo cheiro de café forte logo cedo, o mesmo relógio na parede da cozinha marcando as horas devagar demais. Mas nada em mim era mais o mesmo. O tempo ali passava de um jeito estranho como se tudo que eu tentasse fazer fosse apenas uma distração pra não pensar nele. E falhar em não pensar nele era o que eu mais fazia. Abri o laptop pela quinta vez naquela manhã, encarei os e-mails acumulados da Bennet Crown e fechei tudo de novo. Não tinha energia pra relatórios, números, nem pra decisões estratégicas. A Eliza tinha insistido pra que eu descansasse, e por mais que eu quisesse provar que estava bem, eu não estava. Passei os dedos pelo rosto, sentindo a textura da base — maquiagem demais pra uma manhã comum. Fazia dias que eu tentava disfarçar o cansaço, como se esconder o que estava por dentro fosse o mesmo que controlar. Mas o que eu carregava agora não podia ser maquiado. O segredo queimava co

Eu ainda estava ofegante quando empurrei a porta dos fundos. A manhã em Illinois tinha aquele cheiro gelado de grama úmida e vento limpo — o tipo de cheiro que, por semanas, me fez acreditar que aqui eu estava a salvo. Joguei minhas chaves na mesinha da lavanderia, puxei o elástico do cabelo… e congelei. Vozes. Duas. Uma da minha mãe. E uma masculina. Meu pai não estava em casa, ele havia saído cedo. Meu coração acelerou antes mesmo de eu entender por quê. Caminhei pelo corredor, tentando me preparar para o que encontraria. E então virei a esquina da cozinha. Liam. Sentado à mesa da minha mãe, com uma caneca de café nas mãos. Como se fosse normal estar ali. Como se tudo em Nova Iorque, todas as preocupações e segredos, tivessem sido deixados para trás, e ele simplesmente tivesse aparecido. Minha mãe, surpresa com minha chegada, sorriu. — Sophie! — disse. — Amor, olha quem está aqui! Um amigo seu de Nova Iorque. Amigo. Meu estômago deu um nó. Ele se levantou devagar, ma