O mundo ao redor era silêncio, exceto pelo som ofegante dos corpos que se encontravam e se perdiam. A respiração de Susan era entrecortada, seus olhos marejados agora ardiam com uma mistura de medo, desejo e entrega.— Você não devia fazer isso comigo… — Ela sussurrou, as mãos cravadas nos ombros dele. — Eu sou perigo pra você, Dmitry…Ele roçou os lábios no maxilar dela, a voz rouca, carregada de uma provocação sombria.— Não, solnishko… (solzinho…) Você é a porra da única coisa certa no caos que eu sou. Minha perdição… E meu vício.“Ela é nossa, caralho… Foi feita pra gente. Dá pra sentir. A alma dela grita. Marca essa mulher. Fode até ela esquecer o próprio nome. Mas NÃO deixa ela ir.”A voz do Lycan reverberou nele como um comando bruto e visceral. Dmitry se apoiou sobre os cotovelos, o corpo quase tremendo com o esforço de manter o controle.— Por que você me acalma… E me enlouquece ao mesmo tempo? — Ele sussurrou, os olhos cravados nos dela, faminto. — Tem ideia do que está faze

Escritório de Dmitry – Rurik Motors, MoscouDmitry mantinha os olhos fixos na tela. Mas não era no relatório da filial da Alemanha que ele estava concentrado.No canto do monitor, silencioso, discreto, um pequeno quadro exibia imagens das câmeras de segurança internas da empresa.Três estavam fixas em diferentes pontos do departamento de publicidade. E em todas, Susan. Ela entrava em uma sala de reuniões. Ria de algo que uma colega dizia.Caminhava com os papéis contra os peitos enormes, o cabelo ruivo preso em um coque solto. Ela usava um blazer escuro, que moldava suas curvas de forma inconsciente.E ele… Estava perdendo o juízo.“Porra… Olha essa mulher. Tá pedindo pra ser rasgada.”A voz do Lycan rugia em sua mente, crua, sem nenhuma máscara.“Você tá obcecado.”“Não… Tô fodido. Condenado pra sempre a querer essa mulher.”Dmitry respondeu mentalmente, fechando os olhos por um instante.— Senhor Rurik? — A assistente bateu na porta entreaberta. — Precisa de algo antes de sair?— Nã

Dmitry permaneceu em silêncio durante toda a viagem até o VDNH. O carro deslizava pelas ruas de Moscou, mas dentro dele, o ambiente era sufocante.O ar parecia denso, impregnado por um desejo contido que já beirava a loucura. Seu maxilar estava travado, os dedos marcavam o couro do apoio de braço, e seus olhos... Vagavam sem ver.Não era a cidade que ele enxergava, era ela. Era Susan.Cada segundo sem seu cheiro, sem sua pele, sem aquela presença que fazia seu coração bater como se fosse explodir no peito, era um tormento.“Isso é uma piada de merda.”A voz do lycan estourou dentro de sua mente, carregada de frustração crua.“Estamos aqui, ao lado dessa boneca fria e morta, enquanto a única que faz nosso pau pulsar tá chegando, pronta pra ser nossa. Porra, Dmitry!”“Você acha que eu não sei?”A resposta de Dmitry foi dura, sufocada por mil vontades que ele se forçava a reprimir.“Então por que caralhos continua fingindo? Por que tá do lado dela, enquanto nossas mãos coçam pra agarrar

O salão privado era isolado do restante do evento. As luzes eram mais baixas, e o ar ali dentro carregava o peso da hierarquia. Apenas os líderes e conselheiros mais influentes dos clãs aliados estavam presentes.Dmitry entrou com a postura firme e os olhos frios como o inverno russo. Seu terno negro parecia feito sob medida para intimidar, e sua presença era impossível de ignorar. Caminhou até a cabeceira da longa mesa de carvalho escuro, onde todos o aguardavam em silêncio.Irina Vasiliev estava sentada com o queixo levemente erguido, os olhos atentos. Ivan Volkov analisava documentos à sua frente. Lev Orlov, mais velho e silencioso, observava com um olhar calculista. E Viktor Dragovich, um Alfa com histórico de desavenças veladas com Dmitry, parecia impaciente.Sem perder tempo, Irina foi a primeira a falar.— O Clã Demidov está se movimentando.Dmitry cruzou os braços, a expressão impassível.— Seja mais específica.Ivan pigarreou, puxando um tablet da pasta de couro.— Recebemos

Natália mantinha a taça de champanhe entre os dedos como se ela fosse uma extensão de si mesma. Firme, delicada, perfeitamente controlada. Mas por dentro, sua mente era um campo de batalha em chamas.O elixir não surtiu efeito.Dmitry sequer a olhara durante todo o maldito evento. Nenhuma palavra. Nenhum toque. Nem mesmo aquela atenção cortês e fria à qual se acostumara.Nada.Era como se ela tivesse se tornado invisível.O vestido borgonha que usava abraçava suas curvas como uma segunda pele, escolhido meticulosamente para fazê-lo olhar. Para provocar. Para relembrá-lo do que era dele. Usara até um perfume que ele sempre elogiava. Mas agora... Tudo cheirava a derrota.— Senhora, não pude me aproximar muito… — Dissera Yelena, a guarda-costas que sempre falava com neutralidade cirúrgica. — Mas vi o Alfa levando a humana para os jardins. E depois… Bem, o cheiro de excitação dos dois era evidente.A taça tremeu levemente em sua mão, mas Natália não permitiu que caísse. O controle era sua