DianaEu ainda não me acostumei. A cada vez que acordo nessa casa, parece que estou vivendo dentro de um sonho que não quero nunca despertar. O sol entra pelas janelas enormes da suíte e deixa tudo dourado, como se o dia tivesse sido feito sob medida só pra mim e pro Ethan.Hoje acordei primeiro. Fiquei deitada, só olhando ele dormir do meu lado, com o peito subindo e descendo devagar, os cabelos bagunçados, a expressão tranquila… parecia até outro homem. Quem via o CEO durão não fazia ideia de que, na intimidade, ele podia ser tão doce. Tão… meu.Levantei devagar, coloquei uma camisola leve e fui descalça pela casa. A sala parecia mais bonita ainda pela manhã. A cozinha enorme, a varanda, o jardim… cada detalhe gritava pra mim: “é seu, Diana, é aqui que você pertence”.Me sentei no sofá com uma caneca de café e fiquei pensando na loucura que minha vida tinha se tornado. Até pouco tempo, eu mal sabia se ia conseguir juntar os pedaços do meu coração depois de tudo que passei. E agora?

DianaO dia começou com aquele friozinho gostoso de manhã, mas dentro de mim eu estava completamente quente de ansiedade. Hoje era o dia em que íamos buscar a minha mãe, a Dona Glória, na rodoviária. E, claro, eu não ia sozinha — o Ethan estava comigo, todo sorridente, segurando minha mão como se cada toque fosse a primeira vez.— Você tá animada? — ele perguntou enquanto dirigia, olhando de lado para mim.— Muito! — respondi, apertando a mão dele. — Faz tempo que não vejo minha mãe… e ela vai amar conhecer a nossa casa nova.Ethan sorriu, aquele sorriso que me faz derreter inteiro. Ele nunca precisava dizer nada, já sabia exatamente o que eu estava sentindo.Chegamos na rodoviária e ele estacionou bem na frente, com cuidado. Saímos do carro e ele me acompanhou, como sempre, segurando minha mão enquanto caminhávamos até o portão de chegada. A cada minuto, minha ansiedade só aumentava.E então, lá estava ela. Dona Glória, com aquele sorriso largo, os olhos brilhando assim que me viu. M

DianaEu nunca pensei que fosse me sentir tão pequena diante de um hospital. Sempre odiei aquele cheiro de álcool forte misturado com um ar frio de ar-condicionado que parece atravessar a pele. E agora eu estava ali, de mãos dadas com minha mãe, tentando ser forte quando na verdade eu estava tremendo por dentro.O Ethan tinha nos levado até a porta. Ele ficou o tempo todo dizendo que daria tudo certo, que não era para eu me preocupar tanto. Mas eu sabia, pelo olhar dele, que ele estava tão preocupado quanto eu. A diferença é que ele precisava sair, resolver coisas da empresa nova que estava montando. Ele me abraçou forte antes de ir e disse:— Diana, liga pra mim a qualquer hora. Não importa o que seja.— Eu sei… — respondi, tentando sorrir.E aí fiquei sozinha, só eu e minha mãe.A primeira etapa foi a triagem. Uma enfermeira chamou o nome dela, e entramos numa sala pequena, com uma mesa, balança e um computador. Perguntaram tudo: idade, sintomas, medicações que ela usava, histórico

DianaAquelas palavras do doutor Meireles não saíam da minha cabeça."Ela vai precisar de cirurgia para tirar o tumor e talvez precise fazer quimioterapia."Ficavam repetindo na minha mente como uma fita quebrada. Eu tentava afastar, tentava me concentrar em outra coisa, mas era impossível. Cada vez que eu respirava fundo, a frase voltava inteira, e parecia pesar o dobro.Eu estava no carro, no banco de trás, com a mão da minha mãe entre as minhas. Ela olhava pela janela, como se estivesse distraída, mas eu sabia que ela estava tentando processar tudo. Ethan dirigia em silêncio, com o maxilar travado, sério. Ele também estava abalado, mas não deixava transparecer tanto.No caminho de volta pra casa, eu mordi o lábio várias vezes pra não chorar. Eu sabia que, se desabasse ali, minha mãe ia tentar me consolar, como sempre fez. E eu não queria isso. Eu não queria que ela tivesse que ser forte por mim, quando era ela quem estava com o peso do mundo nas costas.Quando chegamos, Ethan estac

DianaEu achava que nada podia me abalar mais depois do que já tínhamos ouvido do doutor Meireles. Mas a vida sempre tem um jeito cruel de testar a gente.Acordei cedo, ajudei a mamãe a se arrumar e chamei um carro com o Ethan para irmos ao hospital. Ela estava quieta, quase em silêncio, como se a mente dela tivesse viajado para longe. Eu segurei a mão dela o tempo inteiro, tentando passar segurança, mesmo quando eu mesma estava tremendo por dentro.Chegamos no hospital e fizemos toda a bateria de novos exames: tomografia, ressonância, mais coleta de sangue. Eu ficava olhando para ela o tempo todo, tentando decifrar o que se passava em sua cabeça. A cada máquina que apitava, a cada agulha que a tocava, o coração dela parecia se fechar um pouco mais.No fim do dia, quando finalmente saímos do hospital, o sol já estava se pondo. Ethan precisou resolver coisas da empresa, então fui só eu e ela. Entrei com ela no carro e, no caminho de volta, percebi que ela respirava fundo, como se tives