AurielA tensão na sala de reunião é tão densa que sinto um arrepio na pele, como se o próprio ar estivesse carregado de eletricidade, um peso opressivo que faz meu coração acelerar e minha respiração ficar curta.As televisões nas paredes, todas sintonizadas em canais de notícias, ecoam a mesma história: nosso sequestro, a decisão do rei Caelum de libertar mais de vinte rebeldes para salvar nossas vidas, e as acusações venenosas de que eu, uma simples enchatrix, enfeiticei o príncipe Thorne, sabotando a união de dois reinos.Cada palavra dos repórteres é como uma agulha cravada em meu peito, a culpa e a vergonha me engolindo enquanto tento me encolher na cadeira, desejando me tornar invisível, minha cabeça baixa, os olhos fixos no chão de mármore polido, como se evitar contato visual pudesse me proteger das acusações. Sei que é impossível, mas a vontade de desaparecer é tão forte que sinto meus ombros encolherem, meu corpo tremendo com a mistura de medo, humilhação e impotência diante

Auriel O enorme lobo preto está no meio do meu caminho em direção ao castelo, sua silhueta colossal bloqueia a trilha sob a luz prateada da lua cheia, e meu coração dispara, o medo pulsando em minhas veias como um veneno ardente. Ele rosna ferozmente, um som gutural que reverbera na floresta, salivando de uma maneira assustadora, os dentes brilhando com uma ferocidade que faz meu estômago revirar.Ele é maior que um urso pardo, talvez o dobro do tamanho, uma massa de músculos e pelos negros que parece engolir a luz ao seu redor, e seus olhos vermelhos sangue penetram minha alma, como se fossem garras invisíveis prontas a arrancar tudo o que sou.“Thorne... sou eu,” digo, minha voz trêmula, quase um sussurro, carregada de desespero e uma esperança frágil de que ele me reconheça, mas o vazio em seu olhar me corta, a ausência do príncipe que conheço intensificando o pavor que aperta meu peito.Não sei o que está acontecendo, não sei por que Thorne se transformou, ele é um híbrido, capaz

Elowen Meu corpo se move com leveza ao som da música alta, os acordes vibrantes preenchem o quarto e sinto uma liberdade fugaz, como se o ritmo pudesse dissolver o peso que carrego no peito, fazendo o mundo ao meu redor desvanecer.Cada passo é uma tentativa de me ancorar no presente, de esquecer o caos que tem consumido nossa casa, e por um momento, consigo focar apenas no relaxamento, a música envolvendo meus sentidos, acalmando a tempestade de pensamentos que giram em minha mente.Estou sozinha, e esse momento de solitude é um refúgio precioso, uma pausa necessária para organizar o emaranhado de emoções — preocupação, culpa, medo pelo meu irmão Thorne, amor por nossa família, e a pressão de ser quem todo