O Sangue e o VéuO mundo estava congelado.Tudo ao meu redor — sombras, guerreiros, vento, até mesmo o próprio tempo — fora suspenso em um silêncio sobrenatural. Apenas eu respirava. Apenas eu me movia.Diante de mim, a figura do Antigo se erguia, composta de trevas densas, os contornos de um corpo humano, mas sem carne, sem luz, sem alma. Seus olhos... eram como abismos incandescentes, onde galáxias mortas queimavam em desespero.“Você é minha,” ele repetiu, e dessa vez sua voz vibrou dentro do meu crânio, como se ele falasse através das minhas veias, usando meu sangue como eco.— Não. — minha voz saiu firme, embora cada célula do meu corpo gritasse para correr, fugir, desaparecer.Mas eu era filha da Lua.Eu era Selene.E o sangue que corria em mim não era frágil. Era sagrado.Ergui a mão. A lâmina ritual que Rafael me entregara antes da travessia estava ali, adormecida sob o tecido do meu cinto. Quando meus dedos tocaram o punho, ela pareceu despertar. A prata brilhou suavemente —
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