O dia amanheceu cinza, mas na casa da FONTE, havia uma luz que nem o céu fechado conseguia apagar.Lucia vestiu-se com simplicidade: calça escura, camisa branca de linho e os cabelos presos em um coque baixo.Na sala principal, a mesa já estava montada.Redonda, de madeira reciclada, feita pelas próprias mãos de Serena e duas sobreviventes de Burkina Faso.Havia sete cadeiras.Lucia ocupou a oitava.Não como chefe.Mas como anfitriã.—Às nove da manhã em ponto, começaram a chegar.Asha, jornalista investigativa do Quênia, foi a primeira.Trazia consigo um dossiê inteiro e o coração inquieto.Miriam, advogada de direitos humanos da Argentina, chegou logo depois, emocionada por finalmente encontrar outras que “falavam a mesma língua da dor, mas também da reconstrução.”Andrei, um dissidente ucraniano, ex-segurança de um chefe da máfia, veio com o rosto marcado — tanto pelas cicatrizes quanto pela vergonha.Elena entrou em seguida, já à vontade, representando as que um dia fizeram parte
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