Três semanas depois do lançamento de O Que Resta, a Constela recebeu um e-mail com assunto em letras maiúsculas:INTERESSE INTERNACIONAL EM "O QUE RESTA" – URGENTEVeio de uma agente literária de Paris, representando uma editora francesa independente com histórico em traduções de obras latino-americanas.No corpo do e-mail, elogios.No anexo, uma proposta concreta.— Eles querem comprar os direitos internacionais — disse Mariana, depois de traduzir e reler tudo três vezes para ter certeza.— E querem mais: estão perguntando se a Constela tem outros autores com esse mesmo perfil… íntimo, humano, sensível.Aurora demorou para responder.Ela olhava o anexo aberto na tela do computador como se aquilo fosse um bilhete para outra vida.Um tipo de realidade que até então pertencia aos grandes — às editoras que se autodenominavam “plataformas globais”.— E aí? — perguntou Davi, sentado no braço da poltrona dela.— A gente topa?Aurora cruzou os braços e deixou escapar um sorriso cansado.— É
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