Elise se sentou na beirada da cama, o corpo exausto, mas o coração em paz pela decisão tomada. Olhou em volta pela última vez, respirou fundo e esticou a mão até o telefone fixo do flat.Discou o número da mãe com os dedos ligeiramente trêmulos.Depois de dois toques, a voz suave e familiar atendeu do outro lado.— Alô?— Mãe... sou eu. — disse Elise, com um sorriso melancólico.— Minha filha! Está tudo bem? — perguntou com ternura.— Está sim, mamãe. Eu só queria te avisar que no domingo eu estou voltando pra casa.Houve um breve silêncio de surpresa do outro lado da linha.— Voltando? Mas o que houve, filha?— Eu recebi transferência para Silver Spring. O senhor Patrick me deu a chance de continuar na empresa, só que no resort. Na segunda-feira eu já começo a trabalhar por lá.— Mas por que assim tão de repente, Elise?Elise suspirou, apoiando o cotovelo no joelho e encosta

Ashley já havia entrado no carro com Ben no colo quando Philipe olhou para Paul, curioso:— Paul… e por que foi esse desentendimento?Paul suspirou, passando a mão pela nuca.— Porque eu disse pra Brittany que precisava acordar cedo hoje. Falei que ia me despedir da Elise, já que ela estava indo embora.— E? — incentivou Philipe.— E ela respondeu que a Elise não era minha prioridade… que a prioridade deveria ser ela. — Paul estreitou os olhos, ainda irritado ao lembrar. — Eu disse que a Elise é minha amiga, que tenho carinho por ela, e que viria sim me despedir. Eu a trouxe para Boston, então era justo estar aqui quando ela voltasse pra casa.Philipe franziu a testa. — E ela não entendeu isso?— Não. — Paul deu um riso sem humor. — Eu ainda sugeri: “Vamos os dois. Eu durmo com você, a gente acorda cedo e vamos juntos.” Mas ela disse que não. Que não gostava da Elise, que nunca foi amiga dela e que não via motivo pra se

O helicóptero pousou suavemente na clareira próxima à estrada de terra que levava ao rancho dos avós. O vento forte das hélices levantou poeira e fez os cabelos de Elise voarem soltos, mas ela mal notou — seus olhos estavam fixos na figura dos pais, que a aguardavam ansiosos. O pai acenava, e a mãe, de braços cruzados, tentava conter a emoção.Assim que o helicóptero desligou, Elise desceu com a pequena mala de mão. O pai foi o primeiro a abraçá-la, segurando-a firme, como se temesse que ela desaparecesse novamente. A mãe veio logo em seguida, beijando-lhe o rosto.— Seja bem-vinda de volta, minha filha — disse o pai, com um sorriso orgulhoso. — Estávamos com saudade.O som de um carro se aproximando fez Elise erguer os olhos. Era a caminhonete dos avós, que parou bem ao lado. A porta se abriu e a avó, com aquele olhar acolhedor, abriu os braços.— Venha cá, minha menina…O abraço foi demorado, aquecendo o coração de Elise. O avô também se apr

Após o almoço, recheado de conselhos e histórias que mexeram com o coração de Elise, os pais decidiram que não haveria motivo para esperar até o dia seguinte. Levaram a filha até o hotel, onde ela ficaria hospedada por alguns dias, e de lá seguiram juntos para visitar alguns lofts mobiliados.Percorreram três opções, mas o último foi o que conquistou todos: espaçoso, aconchegante e, para surpresa de Elise, muito próximo ao resort. A localização era estratégica — a cidade vinha se transformando rapidamente em um ponto turístico por causa do empreendimento, mas aquele imóvel, embora bem localizado, não tinha um preço absurdo.— Esse é o ideal, filha — disse o pai, observando cada detalhe. — Perto do trabalho, fácil de cuidar e sem aquele custo abusivo que os outros estavam pedindo.A mãe concordou com um sorriso satisfeito.— Na segunda-feira, nós fechamos o contrato. Assim você já se muda direto, sem precisar ficar muito tempo no hotel.Elise s