Quando Drew apareceu trazendo Laura e Anne, eu já imaginei que não seria um dia tranquilo. Laura usava um vestido de tule branco, elegante, e caminhava de mãos dadas com a filha em direção a nós, com um sorriso gentil nos lábios, mas com um brilho desafiador nos olhos.— Sienna, ouvi do Drew que foi você quem me convidou para essa viagem. Sério mesmo, obrigada! — Disse ela, em tom doce, mas claramente ciente de que jamais partiria de mim aquele convite.Drew logo guardou as malas dela no carro, abriu a porta traseira, mas congelou de surpresa ao enxergar dois lobisomens já ocupando os bancos.O amigo do Drew tentou se justificar, constrangido:— Drew, desculpa. Eles são meus irmãos mais novos, apareceram do nada para vir juntos, eu nem imaginei que você fosse trazer convidadas.Drew ficou em silêncio, enquanto o amigo tentava tirar os dois de lá. Laura então interferiu, determinada:— Eles têm idade para curtir, deixa eles ficarem.Depois abaixou a cabeça, dizendo numa voz triste, car

Drew dirigiu de volta até aquele ponto onde havia me deixado, justo na curva onde a luz da manhã filtrava por entre as árvores e a neblina ainda se arrastava pela beira da estrada. Olhou em volta, mas não encontrou sinal nenhum de mim naquela calçada vazia.Naquele momento, um medo profundo tomou conta dele, uma sensação sufocante de ter perdido algo que talvez nunca mais voltasse. Quando ele leu minha mensagem, aquele sentimento ficou ainda mais forte.Enquanto isso, eu estava em casa, colocando minhas coisas na mala, tentando não desabar em lágrimas. Tinha decidido que era hora de abrir mão daquele relacionamento, por mais que a dor no peito insistisse em me lembrar de tudo que estava deixando para trás.Drew tentou me ligar várias vezes, mas eu não atendi. Apenas encarava a tela do celular brilhando e se apagando repetidas vezes.Aquele Drew que um dia jurou me proteger para sempre, agora fazia escolhas que deixavam claro que quem ele queria ao lado era Laura, não eu.Lembrei dos

Quando chegou a hora do almoço, minha mãe já estava preocupada com a minha demora. Lá em casa, o horário das refeições era rígido. Todos sempre tinham que estar à mesa no momento certo, conforme o costume da família.— Sienna ainda não voltou? Foi só comprar algumas coisas para Laura e até agora nada? — Reclamou minha mãe, visivelmente irritada.Meu irmão, sentado ao lado, aproveitou para provocar ainda mais:— Aposto que ela está fazendo de propósito, só porque não suporta ver a gente tratando a Laura bem. Deve adorar que todo mundo precise esperar por ela. Que espírito, viu?— Chega, Sienna é sua irmã, não precisa implicar tanto assim com ela. — Meu pai largou o jornal, lançou um olhar cortante para Jake e logo se virou para minha mãe. — O Drew falou que saiu para procurar a Sienna, eles devem estar juntos agora.Minha mãe fechou a cara, com o semblante pesado de raiva.— Deixa isso para lá, vamos comer logo.Drew, na verdade, tinha passado pelo leilão e gastado quase o dia inteiro

Drew subiu ao segundo andar segurando o vestido de noiva e foi direto até o meu antigo quarto. Quando abriu a porta, ele se sentiu chocado. O espaço estava vazio, todo transformado em uma sala de dança para crianças. Nem minha cama, nem minhas roupas ou qualquer vestígio da minha presença restava ali. Aquela ausência repentina apertou seu peito, provocando uma dor amarga.Ele sabia que eu nunca fui realmente valorizada naquela casa, mas mesmo assim, jamais pensou que poderiam me apagar daquele jeito, ao ponto de, em poucos dias, até meu quarto ser completamente desfeito. Naquele instante, Drew finalmente entendeu um pouco da solidão e do vazio que senti no dia em que ele me deixou, seguindo viagem com Laura e a filha dela, enquanto eu ficava para trás. Misturavam-se em seu peito raiva e culpa, e ele se perguntava como poderiam ter sido todos os meus anos naquele lugar.Com o semblante fechado, Drew virou as costas e saiu, cruzando com Jake no corredor. Enquanto passava, deixou escap

Ao sair da clínica de tratamento, me deparei com Jake, que havia amadurecido muito durante esses três anos. Pelo menos daquela vez, ao me ver, não demonstrou aquela repulsa costumeira de antes.— Três anos sumida sem dar uma palavra sequer, Sienna. Você realmente é impressionante. — Disse ele, suavizando o tom em seguida. — Vem comigo para casa. Papai e mamãe estão morrendo de saudades.Já tinha a intenção de voltar para casa mesmo, então entrei no carro com ele. Quando chegamos à porta da mansão, encontramos Laura parada na entrada com a filha, aparentemente sem conseguir entrar por algum motivo desconhecido.Assim que viu o carro de Jake se aproximando, ela correu em nossa direção.— Jake, me deixa explicar! Aquilo não fui eu que fiz, por favor não me expulsem de casa. — Implorava ela entre soluços.Quando me viu descendo do carro de Jake, um lampejo de incredulidade atravessou o olhar de Laura.— É você? O que veio fazer aqui? Partiu de forma tão decidida naquela época e agora vol