Os dias passaram e a neve trouxe uma nova decoração para as Aldeias. As crianças fizeram bonecos de neve, com cachecol colorido e nariz de cenoura. As cabanas tinham enfeites nas portas, feitos com galhos de pinheiros e com pinhas penduradas. Vários pinheiros foram derrubados para serem enfeitados dentro dos lares.No castelo, Larissa e todos os seus filhotes, divertiam-se enfeitando a árvore de três metros.— Mamã, mamã… — Vitor esticou os bracinhos, querendo que a mãe o levasse para ver a árvore, do alto.Sigmund foi pego pelo pai, que procurou Dario, mas não o encontrou.— Larissa, onde está Dario?— Não sei. Estava aí junto com o Sigmund.— Dario, onde você está? Vem pro papai.Ouviram um chamado abafado no meio dos galhos da árvore. — Pá, pá, pá…— Cadê você, Dario?— Ó, ó… — apontou Sigmund e Saulo viu seu filho peralta no meio dos primeiros galhos da árvore. Larissa, quando viu, ficou apavorada, a árvore podia virar, o galho arrebentar, a criança podia cair, tantas coisas que

Segunda Parte: A Loba DescartadaJúlio fitou os olhos amedrontados de Lisandra e falou o que ela menos esperava:— Desculpe, querida. Um Alfa não pode ter uma fêmea defeituosa e preciso de você para aplacar a fúria de Merlin.Ela mordeu a boca em uma tentativa de ficar acordada e perguntou: — Por quê você está fazendo isso?— Eu preciso de uma companheira e já a escolhi, mas para poder acasalar com ela e ter filhotes, preciso que você, minha companheira verdadeira, morra. Uma fêmea se aproximou, rebolativa, tinha uma aparência voluptuosa, com cabelos compridos, loiros e esvoaçantes, uma roupa chamativa que mal cobria suas partes e a postura dominante e sensual de uma vadia. Foi o que pensou Lisandra e a fêmea olhou para ela, examinando-a da mesma forma que ela fez e depois, perguntou, desdenhosamente:— É essa coisinha esquisita, a sua companheira?— Nem toda fêmea nasceu beneficiada como você, minha linda.Enquanto Lisa perdia totalmente os sentidos, os dois se beijaram, desrespei

Dois anos depoisA pequena filhote fêmea recebeu o nome de Lisandra e cresceu fraca por causa do problema nos rins. Sua mãe adotiva se preocupava, pois além de inchada, a menina parecia dar choque. Devido ao acúmulo de líquido em seu corpo, absorvia a energia estática do ar e ficou cada vez mais estranha.Quando aparecia fora de casa, as outras crianças escarneciam dela e a humilhavam:— Olha a bolinha de carniça, cuidado, ela dá choque.— É uma moringa!— Não, é um filhote de melancia, se espremer sai suco de coco.Riam dela e atraíram a atenção de outras pessoas, que perceberam que a criança estava doente e a levaram, arrastada, para o Alfa.Sua mãe adotiva, ao ver o que aconteceu, não fez nada, se escondeu para não terminar decapitada. Ao chegar à presença do Alfa, ele notou que a pequena fêmea tinha um problema peculiar, ela estava muito inchada, parecendo gorda, mal aguentando o peso do corpo sobre as perninhas pequenas e gorduchas. O Alfa, vendo aquilo, quis saber: — O que ela

Elas não perceberam que havia alguém oculto, observando tudo, um lobo negro que assustou-se com o tamanho da loba que, em comparação ao seu, diferiam muito pouco. Sentindo que não conseguiria se aproximar, foi embora, não cumprindo o ritual de acasalamento com a fêmea, marcando-a como sua. Foi nessa noite que mais uma loba se tornou filha de Larissa, vinda da Alcateia Escuridade. Dandara era a mais misteriosa das filhas, uma fêmea surda, coisa que nunca se viu na espécie dos lobisomens e que havia nascido assim, ao contrário das suas irmãs, que se tornaram especiais pelos maus tratos. Daquele dia em diante, Lisa não se transformou mais na frente de ninguém, se resguardou para que sua Alcateia não descobrisse quem ela era. Voltou para o instituto onde estava estudando medicina e fazendo cursos sobre o corpo humano, medicamentos naturais e suas características. Quando retornou novamente para a Alcateia Ancestral, foi para participar do baile que Larissa planejou para que suas filha

Lisa ficou petrificada, arregalou os olhos, mas não emitiu nenhum som e não fez nenhum movimento, fechou os olhos com força para que ele não percebesse que estava se divertindo com a situação. Deu certo, ele pensou que ela estava aterrorizada e ficou feliz com isso. — Vou enviar uma refeição simples para que você sobreviva e não morra de fome. Mas, provavelmente, em dois dias, você enfrentará seu destino.— Por favor, não me matem. Me joguem no poço de novo.Merlin riu como uma hiena.— Você pensa que sou idiota? Claro que não jogaremos você lá, você sobreviveria e viria com as outras Alcateias para nos atacar.Ela virou-se e esticando as mãos, agarrou o braço dele, implorando: — Eu não sou nada para vocês, não tenho como lhes fazer mal, me poupe, por favor. — Me largue, sua imunda! Você é um grande problema para mim, precisa morrer de qualquer maneira, se não pelas mãos da Luna, pelas minhas.Ele a empurrou com toda sua força e ela percebeu que ele era fraco. Não tinha nada de sob