DANTE TAVARES— Isso não é assunto para o momento, Álvaro. — Falei com calma, com a frieza que aprendi a dominar ao longo dos anos, tentei me afastar, ainda de mãos dadas com Isadora, quando ele me segurou pelo braço. — E quando será? Quando formos expulso deste lugar? Ao menos a mansão não vai nos tomar não é?—Como você tem a coragem de me abordar com essa conversa, no velório do nosso pai?Ele nem pestanejou. Mantinha o mesmo olhar cínico de sempre, aquele que só me despertava nojo.— Acontecendo, acontece com todos, irmão. É só a vez dele — disse, dando de ombros, como se falasse de qualquer coisa, menos da morte do homem que nos colocou no mundo.— E quando for a sua vez, quer que eu diga isso também? — retruquei, mantendo a voz baixa, mas firme, letal. — Ou vai querer que alguém chore por você?Enzo apenas observava, agora sentado num canto, cabeça baixa, os olhos vermelhos de chorar. Estava destruído… mas distante. Desligado do mundo. Álvaro sempre fora a raiz mais fraca da fam
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