Clara manteve o olhar fixo em Léo, o corpo meio inclinado na cama, ainda envolto no robe claro de algodão que exalava lavanda e luxúria discreta. A presença dele, ali de pé, com o ar carregado de tensão, silêncio e alguma culpa não dita… era quase sufocante. Quase.— Você quer conversar? — ela perguntou, a voz baixa, sem pressa, como quem oferece algo que talvez machuque.Léo a encarou, olhos pesados. Depois… apenas negou com a cabeça.— Não agora.Mas não se moveu.Ficou ali, parado.Olhando.Ela viu quando o olhar dele deslizou pelo seu colo exposto, o decote do robe entreaberto que deixava parte dos seios visível, as pernas nuas dobradas sobre a cama. Havia desejo naqueles olhos — bruto, cansado, engasgado em alguma culpa.Clara não disse nada. Não era necessário.A tensão entre eles falava por si.Léo avançou dois passos, devagar, como um homem faminto que não sabe se deve comer ou ajoelhar.— Você tem cheiro de paz — ele murmurou, parando diante dela.Ela arqueou a sobrancelha.—
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