Não sei o que se passa por sua mente naquele momento, mas acredito que seja algo terrível, que lhe causa dor e desespero, pois sua respiração se altera, e ele ofega, apertando ainda mais os dedos contra o pobre estofado. Falar do meu irmão talvez traga lembranças de seu próprio passado.— Max… — chamo sua atenção, e seus ombros relaxam quando seus olhos recaem sobre mim. Aperto os lábios, querendo compreendê-lo, mas sei que ele não permitiria, então me mantenho em silêncio.— Continue. — Ele apoia a mão sobre a testa.— Quando meu pai faleceu, Russo assumiu o poder e fez muitas mudanças. Ele matou muitos homens que não concordavam com seus métodos e criou seu próprio exército. Tentou me vender no momento em que completei dezoito anos, mas minha mãe não permitiu. Por incrível que pareça e apesar de tudo que ela fez a ele, ele ainda a respeitava, ou fingia que respeitava. Como ela estava doente, não quis contradizê-la. O câncer a consumia dia após dia, e ele sabia que ela morreria em br

MaxAinda remoía o que Anijah disse há semanas e me consumia saber que ela estava pagando por algo de que nem tinha culpa. Também sou filho ilegítimo e, mesmo assumindo o mesmo poder que meus irmãos, tanto eu quanto Royal tivemos um tratamento diferente na infância. O serviço sujo era jogado para nós, e posso garantir que a recusa não era exatamente agradável. A única diferença é que Donatel via como um bom negócio ter quatro homens sob seu comando. Não sei o que Russo passou, não posso julgá-lo ou culpá-lo sem conhecer com exatidão sua história, mas era injusto machucar Anijah por vingança.Ela é uma menina inocente, educada e determinada, mas desconhecia o mundo e só queria viver, se livrar de um destino horrendo que lhe foi imposto. Eu a entendi, porra, como entendia, e queria de verdade protegê-la. Por que exatamente eu não sei, mas não precisa ter um motivo, não é mesmo? Apenas fazemos o que achamos que é correto.— Max. — Royal chama minha atenção, e ergo o olhar em sua direção.

AnijahEncaro a porta por longos minutos, sentindo minhas bochechas pegarem fogo. Max simplesmente invadiu o ambiente e me tirou de dentro da banheira. Seria engraçado se não fosse tão constrangedor. Sabia que ele já havia me visto nua, pois foi ele quem me resgatou, mas era uma situação completamente diferente. Agora estou consciente e notei seus olhos descendo descaradamente por meu corpo.Apoio as mãos nas bochechas, tentando acalmar o calor que se espalhava por elas e controlar as batidas frenéticas do meu coração. Respiro profundamente, termino meu banho e limpo a bagunça que se tornou o banheiro. Visto a camiseta que peguei em sua gaveta como camisola, pois Eva havia comprado somente algumas peças de roupas e pijamas não estavam inclusos.Saio do banheiro e vejo Max deitado ao lado da cama sobre um tapete grosso e felpudo. Ele vestia uma calça de moletom e uma camiseta que deixava seus braços tatuados à mostra. Sua respiração estava calma e parecia ressonar.Em silêncio, caminho

AnijahMax estacionou em frente a um grande prédio escuro com letreiros enormes de um nome que eu não sabia pronunciar. Isso passou a ser irrelevante desde o momento que ouvi a música eletrônica alta balançar as paredes ao redor conforme entrávamos na boate.O ambiente era vibrante, cheio de luzes piscando e pessoas dançando ao ritmo da música. A energia era contagiante e, por um momento, senti uma onda de excitação misturada com nervosismo. Era um mundo completamente diferente de tudo o que eu já havia experimentado e ao mesmo tempo, uma oportunidade de sentir um pouco da liberdade que sempre desejei.Diversas vezes, Max me fez prometer não sair do seu lado. Não seria nem mesmo louca de tentar algo assim em um local que não conhecia, com a possibilidade de ser pega por Lazarev ou algo pior. Agora que meu irmão e meu ex-noivo ridículo sabiam onde eu estava, era fácil para eles me capturar. Só não era fácil passar por cima de outro chefe, do qual tinham uma aliança, e quebrá-la lhes cu

AnijahOfego em meio aos corpos que dançam de um lado para o outro. Em um momento, via Max bem à minha frente, um pouco turvo e embaçado, mas sabia com toda a certeza que não podia perdê-lo de vista, e foi justamente isso que aconteceu em um momento de descuido.Minha cabeça estava pesada, as luzes piscando no alto deixavam minhas vistas ainda mais desfocadas, e o som alto fazia minha cabeça pulsar. Tento o máximo que posso me espremer entre os corpos dançantes em direção a um local mais calmo. Quando chegamos, tenho certeza de que vi poltronas e mesas próximo à entrada. Com certeza ali, não me sentiria sufocada e poderia caminhar até o bar onde Max estava.Com certa dificuldade, conseguia passar pelas pessoas que hora ou outra me empurravam sem querer. Apoiei minha mão em uma das mesas, e as pessoas sentadas nela me observavam em questionamento. Sorri sem jeito, completamente perdida e deslocada.Deus, o que eu faria? Não sabia nem mesmo me comunicar. Pânico, junto ao álcool, começou