Barbara sentiu uma pontada de desconforto e, com um rubor subindo pelas suas faces, murmurou para Henrique: — Preciso… preciso ir ao banheiro, -- revelou fracamente.Henrique, solícito, imediatamente se levantou. — Eu te ajudo, meu amor. Por favor, não se esforce.Um embaraço repentino tomou conta de Barbara. — Não, Henrique… eu consigo.A hesitação dela e o leve tom de pânico em sua voz fizeram Henrique parar. Ele percebeu, num clique doloroso, a distância que ainda existia entre eles. Casados no papel, mas ainda estranhos na intimidade. Nunca haviam, de fato, compartilhado um momento verdadeiramente íntimo. A queda, o despertar confuso, tudo contribuía para essa barreira invisível.Com um sorriso gentil, mas carregado de tristeza, Henrique recuou. — Tudo bem. Vou chamar a minha vovó Sandra. Ela pode te ajudar. Agora fique quietinha enquanto vou chama-la.Barbara assentiu, sentindo grata pela sensibilidade do marido. Henrique saiu do quarto e encontrou sua avó Sandra e seu pai Herm

Bárbara o fitou, e em seus olhos André viu um turbilhão de emoções: surpresa, tristeza e algo que ele não conseguia decifrar. Ela suspirou profundamente antes de responder, a voz carregada de um peso que ele não esperava. — André... eu me lembro de tudo que vivemos. Lembro do nosso amor, dos nossos planos, de tudo o que vivemos juntos. Uma onda de esperança invadiu o peito de André. Um sorriso vacilante começou a surgir em seus lábios. — Então... então você ainda me ama? Podemos recomeçar, Bárbara. Podemos... — Não, André — ela o interrompeu suavemente, mas com firmeza. — Eu me lembro de tudo, e justamente por isso, sei que não podemos voltar atrás. As coisas não são como antes. O sorriso de André se desfez, substituído por uma confusão dolorosa. — Não entendo. Se você se lembra... se ainda sente algo... É evidente que ainda tem sentimentos por mim.. -- André se prendia a uma ilusão inalcançável. — Eu sinto, André. Sinto a consideração do que tivemos, a beleza do nosso pa

Henrique beijou o topo da cabeça dela, inalando o perfume suave de seus cabelos. Uma paz profunda o invadiu, algo que ele não sentia há muito tempo. A sombra de André havia se dissipado, substituída pela luz do amor de Bárbara. — A vovó Sandra já deve ter preparado um almoço delicioso para nós, -- Henrique argumentou sentindo a barriga roncar por dentro fazendo um barulho desagradável. Barbara caiu na gargalhada com a situação. -- Como você é maldosa, -- exclamou ele beijando os lábios dela. Eles levantaram-se preguiçosamente, trocando sorrisos e carinhos. -- Barbara, tem certeza que quer descer? Tenho medo que se sinta mal. Você ainda está se recuperando.. -- Estou bem melhor. Fique tranquilo. Ela o abraçou sentindo o calor do corpo de Henrique. -- Está bem. Acho que já podemos voltar para casa, o que acha? Mas se não estiver bem, continuaremos aqui.. Barbara olhou para ele sem desfazer o abraço. -- A vovó Sandra é ótima comigo.. Mas acho que já passemos tempo dem

Os olhos de Henrique fixaram-se nos lábios entreabertos de Bárbara, a respiração de ambos acelerando no silêncio carregado de desejo. Ele se inclinou lentamente para cima, o coração pulsando forte no peito, como se cada batida ecoasse a urgência de seus sentimentos. Seus lábios se encontraram em um toque suave, hesitante a princípio, como se tivessem receio de quebrar a delicadeza do momento. Mas a hesitação logo se dissipou, dando lugar a um beijo intenso e apaixonado. Era um beijo que falava de saudade, de reconciliação, de um amor que resistira às provações. Os lábios de Henrique exploravam os de Bárbara com ternura e anseio, percorrendo cada curva, cada contorno. Ela respondeu ao beijo com a mesma intensidade, envolvendo os braços ao redor do pescoço dele, apertando-o contra si como se temesse que ele pudesse desaparecer. O escritório pareceu sumir ao redor deles, o mundo se resumindo ao toque de seus lábios, ao calor de seus corpos próximos, à troca silenciosa de promessas

Barbara narrando: Ele parou imediatamente, sua mão que acariciava meu rosto ficou suspensa no ar. Seus olhos se arregalaram levemente, uma onda de surpresa e uma ternura avassaladora suavizaram suas feições. Um sorriso ainda mais doce, um sorriso de puro amor e respeito, iluminou seu rosto, fazendo meu coração derreter. -- Sério?, perguntou, a voz quase um sussurro, tomado por uma emoção palpável. -- Meu Deus, Bárbara... isso… isso é incrível. Beijou-me com ternura, na testa, nas pálpebras, na ponta do nariz, cada toque um selo de seu carinho e da preciosidade daquele momento. -- Você não sabe o quanto isso é especial pra mim, meu amor. Deitou-me na cama com uma delicadeza infinita, seus olhos nunca deixando os meus, cada movimento carregado de uma reverência que me fazia sentir incrivelmente desejada e amada. Seus dedos delicadamente deslizou sobre meu corpo nu, seu olhar percorreu cada curva do meu corpo, com uma admiração e uma intensidade que acenderam um fogo em minhas veias.