Barbara acabou adormecendo. Ela estava cansada fisicamente e emocionalmente ao contrário de Henrique que permaneceu acordado, sentado na poltrona a observa-la com os seus pensamentos conturbados. Depois de uma boa tarde de sono, Barbara acordou com um sorriso no rosto, sentindo-se mais descansada e renovada. Ela esticou-se e bocejou, notando que Henrique ainda estava sentado na poltrona, observando-a com um olhar intenso. — Oi — disse ela, tentando soar mais animada do que realmente se sentia. Henrique não respondeu, apenas continuou a olhá-la com aquele olhar que a fazia se sentir desconfortável. Barbara se sentou na cama e passou as mãos pelos cabelos, tentando se recompor. — Quanto tempo eu dormi? — perguntou ela, tentando quebrar o silêncio. Henrique não respondeu imediatamente, apenas continuou a olhá-la. — Algumas horas — disse ele finalmente, sua voz baixa e rouca. Barbara sentiu um arrepio na espinha ao ouvir a voz dele. Ela não sabia o que estava acontecendo,

Barbara levantou-se rapidamente, tentando evitar qualquer contato visual com Henrique. Ela praticamente correu para o banheiro pegando antes uma roupa na sua mala e logo depois fechou a porta atrás de si com um clique suave. Uma vez sozinha, ela encostou-se na porta e fechou os olhos, tentando controlar a respiração acelerada. -- O que está acontecendo comigo? Nunca senti essa sensação na minha vida, -- ela resmungou baixinho para Henrique não escuta-la. -- Como fiquei tão próxima a ele dessa forma?, -- acrescentou Bárbara perdida em pensamentos,.. -- Será que estou me apaixonando por Henrique ? Não, não pode ser isso.. Enquanto isso, Henrique continuou na cama, observando a porta do banheiro se fechar. Ele não conseguia tirar da cabeça a imagem de Barbara dormindo ao seu lado, a sensação de proximidade que havia sentido. Ele se perguntou se ela também havia sentido o mesmo, ou se havia sido apenas ele a sentir aquela conexão. Henrique suspirou e passou a mão pelos cabelos, tent

Enquanto estavam ali, perto da cachoeira, o clima entre eles começou a mudar. A tensão e a raiva que haviam caracterizado seu relacionamento nos últimos dias começaram a se dissipar, substituídas por uma sensação de proximidade e intimidade. Henrique olhava para Barbara tentando de alguma forma trazê-la para mas perto de si, e ela pôde ver a sinceridade em seus olhos. Ele parecia genuinamente arrependido pelo que havia feito, e ela começou a sentir que talvez ele estivesse realmente mudando. Sem pensar, Henrique estendeu a mão e tocou o rosto de Barbara. Ela não se afastou, e ele começou a acariciar a sua bochecha com suavidade. -- Você é muito linda, Barbara. -- O toque foi elétrico, e Barbara sentiu um arrepio percorrer o seu corpo. -- Acho que.... -- Henrique tentou falar, mas simplesmente as palavras não saiam. Henrique se aproximou mais, e as barreiras invisíveis entre eles começaram a ser quebradas . Barbara pôde sentir seu hálito quente em seu rosto. Ela olhou para el

O silêncio no quarto era opressivo, quebrado apenas pelo farfalhar das roupas enquanto Henrique se vestia. Barbara continuava encolhida na poltrona, os braços em volta dos joelhos, a respiração presa na garganta. A cada peça de roupa que ele colocava, a distância entre eles parecia aumentar, um abismo se abrindo entre dois corações outrora unidos por um laço, agora rompido pela crueldade da verdade. Quando Henrique terminou de se vestir, ele se virou para ela, o rosto impassível. A tristeza em seus olhos havia dado lugar a um vazio frio e distante. — Vou sair — disse ele, a voz rouca e baixa. — Preciso... preciso pensar. Barbara assentiu silenciosamente, incapaz de articular qualquer palavra. Observou-o caminhar até a porta, a figura alta e imponente parecendo encolher sob o peso da dor. Antes de sair, ele parou por um instante, a mão na maçaneta, e olhou para trás, o olhar fixo em Barbara. — Não sei quando volto — disse ele, finalmente. — Talvez... talvez nem volte, mas com c

Henrique voltou seu olhar para Barbara. A mão dela ainda estava entrelaçada na sua. Ele levou os dedos dela até os lábios, depositando um beijo suave. A cada respiração rasa que ela emitia, uma pontada de culpa o atingia. Se ele não tivesse saido do quarto e falado aquelas palavras dizendo que iria sair para pensar e talvez não voltaria, nada disso teria acontecido com Barbara. A Verdade dura e cruel pesava no seu pensamento. A porta se abriu e Sandra entrou, trazendo uma bandeja com uma refeição. Colocou a bandeja sobre o criado-mudo e sentou-se na poltrona próxima à cama. — Coma um pouco, Henrique. Você precisa se manter forte. Ele lançou um olhar para a bandeja, sem muita convicção. Aos seus olhos, a comida parecia não ter sabor, a ideia de se alimentar enquanto Barbara permanecia inconsciente lhe causava náuseas. Mas, por Sandra, forçou-se a comer algumas colheradas e bebeu um pouco de suco. O silêncio no quarto era quebrado apenas pelo som da respiração de Barbara e pelo