— Não se preocupe, vocês não são o primeiro casal a perguntar isso, e com certeza não serão os últimos. — Disse a médica, com um tom bem-humorado na voz.Ela puxou um lenço descartável e começou a limpar o gel da barriga de Tessa, que soltou um suspiro aliviado ao se ver livre daquela sensação pegajosa.— Isso deve ser tudo por hoje. — Afirmou com gentileza. — Como eu disse, nos primeiros meses é recomendável realizar exames mensais, então, por favor, quando estiver pronta, me avise para agendarmos a próxima consulta.Enquanto rearrumava os equipamentos, ela acrescentou com naturalidade:— Aguardem alguns minutos lá fora, por favor. As imagens e a gravação do ultrassom estarão prontas em breve para que possam levar com vocês.Gendry ajudou Tessa a se sentar e ajeitar a roupa com cuidado antes que saíssem da sala, caminhando juntos até a recepção com a felicidade e a empolgação quase transbordando dos dois.Dez minutos depois, uma enfermeira apareceu e entregou um envelope com a foto e

Todos os olhares se voltaram para Tessa e Gendry assim que eles entraram.Na sala de estar estavam seus pais, Alex, Rita, Maya, Jace, tia Luisa, tio Alden e a filha mais nova deles, Emma, prima de Tessa, com dezessete anos.No instante em que Rita avistou Gendry, deixou escapar um grito animado.— Gendry! — Exclamou ela, saltando do sofá e correndo na direção dele.Gendry mal teve tempo de reagir antes que Rita se lançasse em seus braços, mas, ainda assim, soltou uma risadinha, inclinando-se um pouco para igualar a altura dela enquanto passava a mão por seus cabelos.— Estava com tanta saudade assim de mim, hein? — Provocou, deixando escapar um sorriso divertido.Rita bufou e se afastou, imediatamente alisando os fios despenteados.— Você está bagunçando meu cabelo. — Resmungou, lançando-lhe um olhar de repreensão.— Foi mal. — Disse Gendry, com um tom carregado de falsa culpa, ao mesmo tempo em que lançava um olhar brincalhão para os demais, provocando uma onda de risos pela sala, inc

(Cinco anos depois…)A luz dourada da manhã filtrava-se pelas cortinas brancas e banhava o quarto quando Tessa se moveu sob os lençóis, percebendo o calor às suas costas e o braço conhecido em sua cintura, de modo que um sorriso lhe surgiu nos lábios enquanto piscava, ainda com sono.Ela não precisou se virar para saber que Gendry já estava acordado, pois a respiração lenta e constante contra a nuca a denunciava.E logo um beijo suave pousou em seu ombro nu.— Feliz aniversário, Sra. Graham. — Ele murmurou, com a voz rouca de sono.Tessa soltou um murmúrio preguiçoso e se pressionou contra ele.— Feliz aniversário, Sr. Graham.Gendry apertou o abraço e a virou de costas, posicionando-se sobre ela, e o olhar intenso em seus olhos escuros enviou um arrepio familiar pela espinha de Tessa.— A noite passada não foi suficiente. — Sussurrou ele, deslizando os dedos pela lateral do corpo dela. — Quero mais.Tessa soltou uma risadinha suave.— Já não nos esgotamos ontem?Os lábios dele roçaram

Tessa permaneceu paralisada por vários segundos antes que as mãos voassem até sua boca em choque.— Meu Deus… — Sussurrou. Ela nem precisou perguntar se ele tinha certeza, porque bastava olhar para saber.Tessa sentiu o peito se comprimir de culpa ao recordar que Alex sempre a alertara sobre as mulheres que só se aproximavam dele por dinheiro, o que explicava sua cautela em relacionamentos.Agora, tudo indicava que ele estivera certo desde o início, e a culpa recaiu sobre ela, pois fora quem organizara o encontro às cegas com Hillary.— Alex… — Murmurou. — Me desculpa. Eu não fazia ideia de que ela era esse tipo de mulher.Ele balançou a cabeça.— Tudo bem. — Respondeu, com a voz mais calma e expressão impassível. — Você só estava tentando me proteger. Mas não faça isso de novo, Tessa.Não havia raiva em sua voz, apenas um amargor inconfundível que fez Tessa engolir em seco, ainda sentindo o peso da culpa apertando o peito.Ela o observou caminhar até um dos armários, movendo-se com a