O prédio da Constellation Global estava imponente naquela manhã, como sempre, mas hoje, para Isabela Duarte, o ambiente parecia diferente. Havia uma tensão no ar que ela não conseguia ignorar. Seu coração batia um pouco mais rápido, sua mente estava a mil por hora. Era o dia da sua primeira apresentação formal ao conselho de RH, um momento que ela havia aguardado, mas que também a fazia sentir a pressão de tudo o que estava em jogo. Isabela estava no escritório, dando os últimos toques no relatório de inclusão. Durante as semanas anteriores, ela havia se dedicado a analisar os dados de satisfação dos funcionários e suas percepções sobre as ações de diversidade implementadas pela empresa. Como parte de suas tarefas, ela havia se envolvido com pequenas iniciativas que buscavam promover a inclusão, como treinamentos de conscientização, eventos de integração entre diferentes departamentos e campanhas de apoio à igualdade de gênero e raça. Ao observar os dados, Isabela se impressionou co

O ritmo do trabalho na Constellation Global estava se intensificando, como sempre acontece em grandes empresas durante os períodos de avaliação e revisão de metas. Mas, para Isabela Duarte, a rotina não era mais a mesma. Ela já não era mais apenas a faxineira que limpava os andares e cuidava das pequenas tarefas da empresa. Agora, ela estava no centro das atenções, lutando por mudanças importantes, tentando dar voz aos menos favorecidos, especialmente em questões de inclusão e diversidade. E, enquanto isso, ela sabia que enfrentaria muitas resistências, algumas delas vindas de pessoas inesperadas. No entanto, havia uma pessoa que sempre foi uma fonte constante de apoio para Isabela, e essa pessoa não era alguém com grande poder dentro da empresa. Paulo, o colega de trabalho da equipe de limpeza, estava ao seu lado desde o início. Sua amizade era genuína, não se baseava em interesses de status ou poder, mas em uma conexão sincera e solidária. Paulo sempre a respeitou, nunca a viu como

A tarde avançava com preguiça, como se o tempo também estivesse cansado após uma semana longa. Isabela Duarte empurrava com leveza o carrinho de limpeza pelo corredor silencioso do 12º andar da Constellation Global. Após a correria das reuniões e do vai e vem dos executivos, restavam apenas copos esquecidos nas mesas, migalhas de pão sobre bancadas e o sutil cheiro de café adormecido no ar. Ela gostava desse momento. O silêncio depois da multidão. Era quando podia escutar os próprios pensamentos sem medo de ser interrompida. Passando pela recepção, ouviu uma voz conhecida e calorosa: — Mas se não é a própria Isabela Duarte! Isabela virou-se, surpresa. De pé, ao lado da assistente de sustentabilidade da empresa, estava dona Rejane, uma mulher negra de cabelos grisalhos, olhos expressivos e um sorriso de abraço. — Dona Rejane?! — exclamou Isabela, se aproximando com alegria. — Menina, que alegria te ver! E toda chique agora, hein? Andam falando muito de você nos corredores dessa f

A manhã estava mais tranquila que o habitual. O clima ameno e a leve brisa que passava pelas janelas do 15º andar da Constellation Global criavam um cenário quase perfeito. Isabela Duarte estava em sua estação de trabalho, organizando alguns papéis e verificando os relatórios pendentes. Era um dia qualquer, mas ela já começava a sentir que as pequenas vitórias estavam acumulando uma força inesperada. Foi quando ouviu o som da porta se abrindo. Era o Sr. Oliveira, um dos executivos mais respeitados da empresa, conhecido por sua vasta experiência e sabedoria prática. Ele entrou com sua postura tranquila e confiante, um sorriso discreto nos lábios. — Isabela, tem um tempo para um café? — ele perguntou, com aquele tom de quem já sabia a resposta. Surpresa, mas também curiosa, Isabela assentiu. — Claro, Sr. Oliveira. Vou apenas terminar aqui. Eles caminharam juntos até o lounge executivo, onde as mesas estavam sempre bem arrumadas, e o aroma de café fresco preenchia o ambiente. Os doi

A tarde no escritório parecia tão rotineira quanto qualquer outra. O som dos teclados batendo e o murmúrio das conversas entre colegas formavam o ambiente familiar e confortável da Constellation Global. Isabela estava na copa, organizando alguns utensílios de limpeza e fazendo o que já havia se tornado um ritual diário. Enquanto passava o pano sobre as superfícies, seu celular vibrou em sua bolsa. Ela olhou para a tela, surpreso ao ver o nome de Rafael, seu supervisor direto, iluminando o display. Ela hesitou por um instante. Rafael sempre foi profissional, sério, e até um pouco distante fora do ambiente de trabalho. Era raro ele entrar em contato fora das questões profissionais. Isso a fez ficar curiosa sobre o motivo do contato. Atendeu rapidamente. — Olá, Rafael! — ela disse, tentando soar casual, apesar da pontada de nervosismo que sentiu. A voz dele do outro lado da linha soou tranquila, mas com um toque amigável que ela não podia deixar de perceber. — Oi, Isabela. Como você