Luara Cheguei em casa com o rosto banhado em lágrimas, e minha mãe correu até mim, o pânico estampado em seus olhos. — O que aconteceu Lua, ele te machucou? — Eu odeio aquele conde, com todas as minhas forças, eu o odeio! — Ele não permitiu a vinda do Adrian, não é? Eu já imaginava que seria uma batalha perdida. — Quem ele pensa que é? Acha que é o dono do mundo! — Mas ele é, Luara. Ele comanda este lugar, ele nos protege — Lívia murmurou, e essa defesa cega me irritou profundamente. Nem mesmo minha dor a fazia abandonar essa devoção ridícula por vampiros. — Cala essa boca, Lívia. Estou cansada dessa sua adoração por esses sanguessugas. Se eu pudesse, enfiava uma estaca de madeira bem no coração daquele conde maldito! — Eu já disse, uma estaca não o mataria. Eles são muito mais resistentes — minha irmã respondeu, com sua irritante sabedoria sobre o mundo vampírico. Lancei-lhe um olhar fulminante, e ela finalmente se calou. — Filha, acho que chegou a hora de aceitar a dura rea

Luara A festa estava animadíssima, e eu realmente me diverti bastante. A atmosfera ficou ainda mais leve e despreocupada depois que os três vampiros poderosos se retiraram. Parecia que sua presença era mais uma formalidade, uma aparição para marcar território. Típico de seres que se consideram superiores. Senti um alívio palpável quando eles finalmente partiram. A todo instante eu sentia seus olhares fixos em mim. Os três! Logo eu, que não queria chamar atenção de forma alguma. Algo parecia estranho, muito estranho. Por que os líderes da brigada resolveram me observar com tanta intensidade? O olhar de Kalíope era de clara admiração, sim, admiração! Ela até me enviou alguns sorrisos discretos. Já o olhar de Dimitri era de puro nojo, o que não me surpreendeu nem um pouco, já que ele parecia dispensar o mesmo tratamento a todos os humanos presentes. Mas o olhar de Eros... ah, o olhar do conde era diferente. Era como se ele estivesse genuinamente curioso ao me observar, tentando decifr

Luara Corri de volta para o castelo, fervendo de raiva. Quem aquele conde pensava que era? — Luara, pare. Não faça nenhuma besteira! — minha mãe implorou, tentando me deter. — Eu vou matar aquele conde. Ele vai experimentar o que é morrer pela segunda vez. — Filha por favor, ele é perigoso! — Perigosa sou eu, mãe! Ele vai se arrepender de tentar acabar com o meu casamento. Beijei meu medalhão e fiz uma pequena oração, buscando conforto e força nas memórias do meu pai. — CONDE! — gritei a plenos pulmões, minha voz ecoando pelos corredores do castelo. Dimitri e Kalíope apareceram, seus rostos estampando confusão. — Onde está aquele conde desgraçado? — Como ousa falar assim com seu superior? — Dimitri tentou avançar em minha direção, mas foi impedido pelo próprio conde. — Deixe comigo Dimitri. Eu assumo daqui — Eros se aproximou, um sorriso gélido brincando em seus lábios. Ele parecia estar se deliciando com a ideia de arruinar meu casamento. — O que você está pensando? Como

Luara Gritei com toda a força que meus pulmões conseguiam reunir, mas o silêncio ecoou pela sala. Tentei, com um esforço desesperado, replicar os movimentos que haviam arremessado os vampiros contra a parede, mas meus braços permaneceram pesados e inertes. — Parece que seus talentos não se manifestaram desta vez — o conde observou, seu tom carregado de uma curiosidade fria e analítica. — Não entendo — murmurei, a frustração como um nó apertado em minha garganta. — Isso foi um teste, Luara. E eu estava correto em minhas suspeitas. Fascinante. — Como assim, um teste? — Kalíope formulou uma hipótese interessante, sugerindo que sua ira era o catalisador de suas habilidades incomuns. Contudo, minhas observações apontam para algo mais seletivo. Algo em você ativa e desativa essa força singular. Nossa prioridade agora é isolar esse gatilho. — Eu não tenho um interruptor! — Talvez tenha, basta saber oque é. — Então aquele meu acesso de fúria foi apenas uma experiência para você me pr

Luara A urgência em meu peito batia no ritmo apressado dos meus passos. O simples fato de ter que me afastar da brigada, mesmo que por algumas horas, para ir ao encontro de Adrian, me irritava profundamente. Mas essa irritação era minúscula comparada à expectativa que me consumia. Faltava tão pouco, eu pensava, para que finalmente pudéssemos estar juntos, sem interrupções, sem despedidas temporárias.Cheguei à pensão onde ele estava hospedado e, como sempre, ele já me esperava. A simples visão de seu rosto acendeu uma chama de alívio e excitação. Três dias haviam se passado desde sua chegada, e a saudade, longe de diminuir, parecia ter crescido a cada minuto. Nossas conversas rápidas e beijos roubados não eram suficientes para aplacar a sede de sua presença.— Demorou hoje, meu amor — Adrian me disse, a voz rouca e o sorriso torto que eu tanto amava brincando em seus lábios. Ele me puxou para um abraço apertado, e eu me perdi no cheiro familiar de sua pele, uma mistura de terra e al