Eduardo LiraOlhar para aqueles pequenos olhos cheios de lágrimas, me questionando sobre ela ter sido achada no lixo. Me fez sentir um péssimo pai.Percebo o quanto minha princesa sente falta de uma mãe e isso fez com que meu coração se quebre em milhões de pedaços.Minha vontade é de pegá-la no colo e chorar com ela, desprezo aquela mulher que amei tanto por estar me fazendo ficar sem justificativas sobre o porquê ela rejeitou nossa família, principalmente a própria filha.— Meu amor, o papai ama você. Agora, a única coisa que o papai pode fazer é te abraçar e dar um beijinho. — Falo olhando para minha pequena.— Papai, mas quero saber o porquê da minha mamãe não me amar. Sou a única dos meus coleguinhas que não tem mamãe e eu quero a minha mamãe.Ela insiste no assunto, respiro fundo e tento pensar rápido em uma solução.— Façamos o seguinte. Enxuga essas lágrimas e vamos ao mercado comprar sorvete… — digo.Sei que quando uma mulher está triste, um sorvete sempre melhora o seu humor

Bianca FagundesResumo o meu sonho para Neide e logo Cleide chega e dá a sua opinião sobre o motivo do sonho.— Está na cara que você se apaixonou pela criança. É por isso que não gosto de trabalhar com criança, nos afeiçoamos e acabamos sentindo uma parte da dor dos pequenos. — Vejo ela falando e apenas reviro os olhos.— Sei que acabamos extrapolando os nossos sentimentos, mas é difícil não se encantar com a ternura da pequena Helena. Se pudesse, apresentaria vocês a ela.Conto um pouco do que aconteceu sobre o nosso primeiro contato. Elas se surpreendem com o fato do abandono ter estourado no primeiro contato com novas crianças. Eu também fiquei surpresa. Na verdade, as crianças só começam a demonstrar algum tipo de trauma depois de vários anos. Mas Helena é uma criança inteligente, talvez tenha sido esse o motivo que explodiu tudo agora.Saímos para nosso almoço e fomos a um italiano. Assim que chegamos, fomos recepcionadas pelo maître, que nos recomendou o especial do chefe. Pedi

Bianca FagundesQue beijo foi esse? A pegada do Edu tinha uma mistura perfeita de desejo e carinho. Não haverá festa nem briga pelo meu buquê, mas, acompanhada assim, o show de Henrique e Juliano fica ainda mais incrível. Amo a energia dessa dupla, e estar com ele torna tudo especial.Amanhã está marcado um almoço na casa da Cleide, mas, no ritmo que estamos, não sei se vai rolar. Fico de olho nas minhas amigas, que estão mais distantes, curtindo a própria vibe. Minha atenção, porém, volta ao palco quando o Edu começa a cantar “A Maior Saudade” bem pertinho do meu ouvido. Um arrepio percorre minha coluna. A mão dele repousa na altura do meu umbigo, enquanto a outra segura uma long neck Corona. Eu sigo com minha água, já prevendo que serei a responsável por levar essas meninas para casa.— Vale a pena, Bianca — diz o Edu, me puxando para dançar coladinhos. Meu Deus, que homem é esse? Nossa Senhora das mulheres sem experiência, me acode! Não sei o que fazer com um cara assim. — Quer tom

Eduardo LiraEstou no meu carro, parado em frente ao prédio, observando a Bia entrar em segurança. Continuo surpreso por conseguir a proeza de dormir fora de casa e, mais ainda, por quase fazer amor com ela. Essa mulher me encantou com seu jeito doce e meigo. Na segunda-feira, pretendo falar com ela sobre a Helena e, dependendo de como reagir, a convido para um encontro de verdade.Quando ela passa pelos portões, coloco uma playlist de Henrique e Juliano, sei que será a nossa trilha sonora. Engato a marcha e sigo para casa. Tenho uma princesinha para dar explicações. Olho para o relógio: já passa das 11h. Aproveito que parei no sinal e ligo para a Jéssica.— Oi, Jess, vamos fazer um churrasco hoje? Posso parar no açougue e comprar tudo o que precisamos, só o básico. O que acha? — pergunto, enquanto ela ri do outro lado.— Por mim, tudo bem. O Tom disse que vai te mandar o dinheiro para as bebidas e o sorvete das crianças. — É por isso que gosto tanto deles. Sempre cuidam da minha princ

Cleide MunizQuando volto, Henrique está ajudando Augusto a se deitar.— Ele é bonitão, hein, dona Cleide? Pelo amor de Deus, não façam barulho e estraguem minha inocência. — O safado sai correndo quando jogo a escova de cabelo nele, acertando o abajur.— Vem deitar, Cleide — Augusto diz, já largado na cama.— Vou tomar um banho. Pode dormir aí. — Vou para o banheiro e deixo a porta entreaberta.Tiro a roupa e ligo o chuveiro bem gelado para espantar o álcool. Encosto a testa no azulejo e deixo a água cair. De repente, sinto uma mão no meu corpo. Fico tensa e coloco a minha sobre a dele.— Augusto, acho que não deveríamos… estamos bêbados. E… faz muitos anos que não tenho um homem. — Ele afasta meus cabelos do pescoço e acabo cedendo ao beijo.Sua respiração é pesada, carregada de tesão. Sinto sua ereção pressionando minhas costas.— Tem certeza de que quer ir dormir sem ter uma noite magnífica comigo? Não deixe para amanhã o que podemos ter agora. — Meu corpo esquenta, sinto-me molha