Olhava para o relicário que brilhava no pescoço dela, refletindo as luzes do lugar como se fosse uma joia recém-saída da forja de um ourives antigo.—Fica bem em você —falei entrando no quarto com passos calmos.Ángela se virou pra mim, com aquele olhar curioso e doce que ela sempre usava quando queria saber mais.—Você comprou ele pra ela me dar de presente?Neguei com a cabeça, sentindo um sorriso surgir sem eu poder evitar.—Não, meu anjo. Esse colar foi a Mily quem comprou com o dinheiro da mesada dela. Eu a levei ao shopping pra comprar roupas esportivas para as aulas de tênis. Tinha pensado em dar um dinheiro pra ela escolher qualquer coisa, mas quando passamos pela loja de bijuterias e ela viu o relicário na vitrine, entrou decidida e quis comprar pra você.Os olhos dela se encheram de algo entre surpresa e ternura. Ángela acariciou o relicário com delicadeza, como se estivesse tocando um pedaço da própria alma.<

— Isso não estava no plano — murmurou um homem expelindo a fumaça do cigarro que fumava.— São mudanças de planos, só isso. Uma pequena mudança de planos, Fred. Nada com que se preocupar — respondeu Tabita acendendo um cigarro. Precisava manter a calma, embora por dentro estivesse nervosa com a situação.— Não me foda! Eu te disse que não queria estar envolvido nessa merda — exclamou o homem forte batendo com força na mesa, fazendo tremer alguns objetos sobre ela.— Só será esta noite — respondeu a loira com voz melosa, acariciando o queixo do moreno. Ela tentava acalmar a crescente fúria de Frederick, que sabia ser um homem perigoso.— Tenha certeza de que ninguém veja essa menina, que ela não faça barulho, que não saia e, se possível, nem respire — Frederick agarrou com força o fino pulso da loira. Tabita reclamou e tentou se soltar, mas por mais que se debatia, não conseguia.— Se algo acontecer, eu mesmo vou quebrar esse pes