Com uma faca de mesa que tinha em sua cabeceira, Ura ameaçou o homem a sua frente. — Como você sabe que eu sou uma Marchesi? Quem mandou você aqui? Foi a Letícia? Aviso que o meu marido mata você se tocar em mim— falou assustada, mas apontando a faca para ele. O homem andou até ela e segurou a faca como quem não tinha medo, com força ele tirou a o objeto de suas mãos com tamanha facilidade que nem ela percebeu. — Vai acabar se cortando— murmurou ele. Ura franziu o cenho ao ouvir a voz do homem que ela achava que era mudo. Achou familiar demais, mas sem antes pensar saltou em seus braços, envolvendo-o em um abraço apertado. — Eu sabia que você nunca me deixaria sozinha— sussurrou perto de sua orelha. Villano retribuiu o abraço e a envolveu com a mesma intensidade. — Eu senti muito a sua falta minha arte— falou entre beijos dela em seu pescoço.— foi uma tortura ficar perto de ti sem te tocar. Ela se afastou por breves segundos. Olhou para ele ainda de óculos. Tirou sua

— Sam— sua voz agora estava mais séria. — não deixe seu pai descobrir a nossa existência, se não… nós vamos até você, e faremos uma festa do pijama ok? Dessa vez, Alexei não segurou a gargalhada. Tanto que fez Ura abrir a porta. Seu olhar vasculhava de quem era aquela risada contagiante mais assustadora. Olhou para Sam visivelmente abatido e para o homem que ria como se tivesse acontecido algo hilariante. E finalmente chegou a Villano, seus olhos arregalaram-se quando percebeu que estava sem máscara e óculos. — Villano— Ura sussurrou. — Tudo bem! Sam agora é minha amiguinha— Villano piscou o olho para ela. Ura que nunca tinha visto o homem que amava daquela forma, achou tudo estranho e puxou os dois para o quarto. Alexei encostado no batente da porta e Villano na cama viam ela andando de um lado para o outro. Inquieta com alguma coisa. — Quem é você— perguntou parando bem à frente de Alexei. Villano enciumado com a aproximadamente afastou ela uns centímetros dele e voltou a sua

Letícia estava em seu apartamento tomando vinho caro e com banho acabado de ser tomado. Música alta mas não a ponto de incomodar os vizinhos. Pra uma assassina, Letícia sabia como conviver em comunidade. Desde o casamento de Ura com o homem que ela ama, seus pensamentos andam confusos, se realmente quer fazer parte disso ou se quer levar adiante essa farsa. Mas a presença dele foi notado por ela, Letícia não estava armada, se Villano quisesse matar ela seria mais fácil do que estalar um dedo. Mas seus planos eram outros… — Vejo que consegue ser silencioso— disse ela, tomando um gole de seu vinho. — Eu e o silêncio somos um só. — Corea? — Talvez… — Deveria ter onde tu foste! Quem sabe eu vá depois de tudo isso acabar. — Sabes que depois disso eu não vou deixar você viver… não sabes? — Veio aqui me dar o recado ou me eliminar? — Villano estava em um lugar escuro da casa. Letícia não conseguia vê-lo. — Vou dar uma chance a você, escolherá se quer viver ou morrer… — E s

Villano se sentia impotente, e extremamente irritado. Detestava que mexessem no que era seu. E o mais importante, na sua família. — O que tem ela? Fazes ideia de quem a levou? — Orlov sentou-se ao seu lado. Villano suspirou e abriu os olhos. — Não! Mas sei como reavê-la. Ninguém pode tirar minha esposa de mim e achar que vai sair impune. — olhou para o amigo e continuou— ninguém! Orlov sabia. Ele sempre soube do que Villano era feito. Aquela calma silenciosa antes da tempestade — era o mesmo olhar que viu na infância, nos treinos, nas ruas de Milão e Moscou.Villano se levantou com os olhos fixos. Sem gritar. Sem hesitar.— Se querem um inimigo público… vou dar-lhes um.— Vou matar todo mundo.E saiu.Orlov ficou parado. Queria duvidar. Mas não conseguia. Pegou o celular criptografado — o único canal direto com Dante. Digitou: Ele perdeu o juízo completamente, Don. O senhor precisa fazer alguma coisa.Do outro lado do mundo, em uma mansão fria cercada de neve, Dante Marc

O celular vibrou nas mãos de Villano. Era Alexei, ligando direto da Rússia, voz rouca e fraca, mas viva.— Você está respirando.— disse Villano, seco.— Por pouco. Mas ouve, não desligue.Um silêncio tenso caiu, até Alexei soltar: — Ura…antes de tudo aquilo acontecer. O médico disse que…Villano franziu a testa.— Fala.— …Ela estava grávida.O mundo congelou.Villano não respondeu.— Ela carrega um filho seu, Villano. Ela estava desacordada, provavelmente ela não está sabendo.Do outro lado da linha, nenhum som. Villano havia parado de respirar por um instante.As palavras bateram como um tiro no peito. Um filho. Seu filho.— Você tá mentindo.— murmurou por reflexo.— Nunca.— Alexei respondeu. — Eu nunca faria isso contigo.Villano levou a mão ao rosto, os olhos se apertando, o peito contraído. As imagens vieram: Ura sorrindo, olhando para ele em silêncio… As mãos sobre a barriga, os olhos marejados, a voz trêmula quando pedia que ele parasse de matar pessoas.Tudo fazia