JaquelineMe aninhei contra o peito do Alexandre buscando no calor do corpo dele, um momento de paz e refúgio. Meus dedos entrelaçaram de leve sua camiseta como se eu sentisse medo de perdê-lo. Seus carinhos nos meus cabelos me acalmaram. Depois da chegada do Edgar e mais discussões com a Aline, eu me sentia esgotada. Tive medo que o meu pai passasse mal com tantas emoções no mesmo dia. Se a Aline não tivesse feito tudo o que fez, as coisas não chegariam ao ponto do meu pai expulsá-la.O Alexandre conversava baixinho, acariciando os meus cabelos. Senti seu celular vibrar. Ele tirou do bolso observando a tela.– Não vai atender?– De forma alguma. Dispensou a chamada e colocou o aparelho no bolso. – É a Marcela. Sei muito bem o que ela quer e eu não estou disposto a ceder. Vai ser mais uma discussão desnecessária.– Me desculpa, Alexandre? Perguntei envergonhada.– Desculpas? Do que meu amor? Falou acariciando o meu rosto.– Pela minha irmã, por todas essas discussões de hoje. Só confi

AlexandreDepois da despedida carregada de emoção, abracei a Jaqueline dentro do carro, a mantendo acolhida em meus braços. Observava seu rosto bonito com atenção. Temia que ela se arrependesse de voltar para São Paulo, decidisse me deixar e ficar na sua cidade natal. Por um momento me senti inseguro. Mas ela com seu jeito doce e sincero, sorriu carinhosa me considerando exagerado. Suspirei aliviado. Não saberia o que fazer sem a Jaqueline ao meu lado. A viagem de volta foi longa e cansativa. Quando o jato finalmente aterrissou em São Paulo, já me sentia em casa. Dentro da cobertura a Jaqueline demonstrava a felicidade de estar de volta em nossa casa e revelou ter sentido saudades, fazendo aquecer ainda mais o meu coração. Não resisti quando vi a forma que seus lábios tocaram a colher cheia de doce. O desejo acumulado de dias veio à tona e tudo o que eu mais queria era tê-la em meus braços na bancada da cozinha.– Alexandre… sussurrou quase sem voz, apertando-se mais contra o meu co

GustavoEntrei no quarto do Júlio César com passos largos. Fechei a porta atrás de mim e encarei o meu irmão, que estava recostado na poltrona, sorrindo com aquela calma irritante que sempre teve.– Você fez de propósito, não fez? disse cruzando os braços. – Indicou para a Lívia o meu quarto!Ele deu uma risada tranquila, como se eu estivesse exagerando.– Relaxa, irmão. Foi só uma brincadeira. Não vi mal algum nisso. Além do mais, a moça é uma gracinha… e você anda muito rabugento ultimamente.Meu olhar estreitou, a paciência já estava no limite.– Você não vê o que o papai pretende com isso?– Não. Deu de ombros com um sorriso irritante.– Ele quer empurrar essa borralheira pra cima de mim!– Nem tudo gira em torno de você, Gustavo. Então tenta não ser tão presunçoso. O mundo não existe só para satisfazer suas vontades.– Você não se importa porque ele não pega no seu pé como faz comigo. Meu pai falava tão bem do Alexandre, de como controla seu império com pulsos firmes… sempre o us

JaquelineMe senti ansiosa temendo que fosse a Marcela novamente, mas o Pedro surgiu com sua energia característica, já sorrindo como se fosse o dono do espaço. Ele vestia uma camisa social clara dobrada até os cotovelos e trazia consigo o ar despojado.– Bom dia, meus caros! disse abrindo os braços. – Estevão me enviou uma mensagem avisando que viria tomar o café da manhã aqui, então resolvi vir também.Pedro puxou uma cadeira, passou a mão pelo cabelo e abriu o sorriso largo de sempre.– Eu também quero café da manhã, viu. Disse já se servindo.Alexandre riu baixo, balançando a cabeça.– Eu te conheço bem demais, Pedro. Sei que você ficou receoso com a forma que eu reagiria com o Estevão.– Assertivo como sempre, não é, Alexandre? Mas é verdade, eu fiquei preocupado. Estou feliz em ver que vocês dois finalmente fizeram as pazes.– Já estava mais do que na hora. Estevão afirmou.– Voltei de viagem ontem também e fiquei sabendo o que aconteceu com você Jaqueline.– Infelizmente vou te

JaquelineAlexandre arqueou a sobrancelha e ergueu o meu queixo com a ponta dos dedos, numa delicadeza que me desmontou.– O que está acontecendo, amor?Abaixei um pouco a cabeça e inventei uma desculpa:– Dever ser só os hormônios. Falei tentando dar um tom leve.– Hormônios, é? Disse, estreitando os olhos. – Ou será que você está com ciúmes da Leila?Engoli em seco. Ele me pegou em cheio.– Eu só… não gostei da forma como ela me olhou. Confessei, meio emburrada. – Foi como se estivesse me medindo, me analisando, sei lá.Ele abriu um sorriso torto, satisfeito com a minha franqueza, mas seus olhos ficaram sérios, intensos, cravados nos meus como se quisesse entrar dentro de mim.– Então é isso… ciúmes. Ele murmurou, quase como quem saboreava a palavra. – Eu confesso que gosto de ver você assim, sabia?Revirei os olhos, emburrada.– Alexandre, não brinca comigo… eu estou falando sério.Ele riu baixo, inclinando-se até que sua boca roçasse a minha.– Eu também estou, meu amor. Adoro qua