Todos los capítulos de Silverborn: Destinada ao Alfa: Capítulo 31 - Capítulo 40
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XXXII. Cativeiro das Sombras
A escuridão tinha peso.Serena sentia isso no ar estagnado ao seu redor, no silêncio denso que fazia seu coração martelar contra as costelas, no frio que parecia emanar das paredes de pedra. Não sabia quanto tempo havia passado desde o baile — ou desde o momento em que seu corpo cedeu ao efeito daquela erva maldita que agora fazia sentido. Noctis Amara. Esse era o nome que Phill havia sussurrado casualmente dias antes em uma conversa com Cristopher, como quem falava de algo raro e inofensivo. Agora, ela entendia: aquela planta era um veneno disfarçado de remédio, e Phill, o curandeiro em quem todos confiavam, era um traidor.Seus pulsos estavam presos por correntes frias e grossas, fixadas à parede atrás de si. A pedra irregular mordia suas costas, e seus tornozelos também estavam amarrados, impedindo qualquer movimento brusco. Uma dor insistente latejava em sua cabeça — resquício da substância que havia a derrubado como se fosse frágil. Indefesa. Uma palavra que ela odiava, mas que a
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XXXIII. Sangue nas Cinzas
A raiva tinha gosto de ferro.Dominic sentia o gosto metálico na boca desde que acordara em meio aos cacos da própria festa. Seus sentidos estavam turvos, o corpo pesado, os batimentos acelerados como se estivesse voltando de uma transformação forçada. A substância ainda circulava por suas veias, retardando sua percepção, mas ele já sabia. Sabia antes mesmo de Seth tropeçar até ele, a boca suja de sangue, os olhos confusos.Serena não estava mais no castelo.E alguém tinha mentido para ele.— DESGRAÇADOS, EU MATO VOCÊS! — O rugido de Dominic ecoou pelas paredes de pedra da antiga fortaleza, fazendo dois lobos próximos se encolherem.Ele esmagou uma taça em uma das mãos, os cacos se cravando nos dedos, mas ele não sentiu dor. O curandeiro da matilha havia usado uma planta extinta para dopá-los — e o pior: Dominic lembrava perfeitamente da conversa em que Phill mencionara a Noctis Amara como um composto antigo e instável. Ele confiara, como todos.Agora Phill estava desaparecido. Leah t
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XXXIV. A Lua Enjaulada
A escuridão envolvia Serena como um manto sufocante. Seus pulsos estavam marcados pelas amarras que a prendiam a uma estrutura de pedra úmida, enraizada no chão de uma câmara ancestral. O cheiro de terra molhada, musgo e sangue impregnava o ar — a essência do templo oculto dos D’Argent.Ela não sabia exatamente onde estava, mas já entendia que não era um local comum. Aquela caverna cravada nas entranhas das Montanhas Negras carregava séculos de energia antiga, poderosa e doentia. Ali, o tempo parecia dobrar, e os sussurros dos mortos eram tão altos quanto as respirações dos vivos.Vincent surgira horas antes, os olhos negros ofuscando a luz fraca das tochas. Trazia nas mãos um grimório de couro escuro e nas palavras, a arrogância de quem acreditava estar no controle.— A Lua escolheu você, Serena — Ele dissera, a voz macia como veneno diluído. — E eu escolhi a Lua.Serena se debatia, mas as correntes estavam entalhadas com runas. Símbolos primordiais que drenavam sua energia, impossib
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XXXV. Fugitivos
A escuridão da floresta era densa e opressiva, com o luar mal penetrando através das copas das árvores centenárias. Serena cambaleava entre as raízes retorcidas e arbustos espinhosos, cada passo uma luta contra a exaustão que pesava em seus membros. Seus pulsos ainda ardiam das amarras que os haviam prendido durante o ritual interrompido, e sua mente estava enevoada pela dor e pelo medo. Vincent a puxava pelo braço, seu aperto firme, mas impaciente, enquanto a guiava por um labirinto de vegetação densa.​— Precisamos continuar — Sussurrou Vincent, seus olhos constantemente vasculhando a escuridão ao redor. — Lucian não desistirá tão facilmente.​Serena não respondeu. Sua respiração era irregular, e cada inspiração parecia um esforço monumental. Ela sabia que não podia confiar em Vincent, mas, naquele momento, ele era sua única chance de sobrevivência. O ritual que ele tentara realizar a deixara debilitada, sua conexão com sua própria essência lupina enfraquecida e instável.​Eles avanç
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XXXVI. Ecos do Vínculo
A escuridão era densa. Mais do que a ausência de luz, era uma sombra viva, pulsante, como se tivesse vontade própria. Serena caminhava descalça pela floresta silenciosa, mas cada passo afundava em algo frio e úmido. Quando olhou para baixo, o chão estava encharcado de sangue.No centro da clareira, o lobo negro. Dominic.Ou o que um dia foi Dominic.Seus olhos prateados estavam embaçados, como vidro rachado. Sua pelagem, antes imponente e reluzente, jazia suja, tingida de sangue seco e lama. Correntes negras envolviam suas patas, garras e focinho. Ele a fitava, mas não havia reconhecimento. Apenas dor.— Dominic? — Serena chamou, a voz vacilante.O lobo se contorceu, tentando se soltar, mas as correntes se apertaram ainda mais, rangendo como metal vivo. Uma sombra serpenteava entre os galhos acima, sussurrando em vozes que não eram humanas. "Traidora. Fraca. Quebrada."Serena correu até ele, mas cada passo a fazia afundar mais no chão encharcado. Quando finalmente se aproximou, estend
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XXXVII. Filha da Lua
A lua cheia se erguia alta no céu, banhando as montanhas com sua luz prateada, enquanto Serena permanecia sentada no centro do antigo círculo de pedras. Ao seu redor, símbolos lunares brilhavam com tinta prateada, ativados pelo feitiço ancestral que Vincent entoava com voz firme e baixa. A loba do clã Blackwood, Alyra, mantinha as mãos espalmadas sobre os ombros de Serena, murmurando orações em uma língua antiga, carregada de energia.O vento rodopiava, trazendo o cheiro úmido da floresta, da terra e… de algo mais. Algo antigo. Familiar e estranho ao mesmo tempo.Serena sentia sua respiração acelerar. Um calor estranho começou a brotar em seu peito, pulsando em sincronia com as palavras sussurradas à sua volta. A energia da terra subia por suas pernas, queimando como brasas sob sua pele. Seu corpo arqueou involuntariamente, e seus olhos se reviraram.E então… tudo desapareceu.☽❂☾Ela estava em um campo florido, o céu limpo e estrelado acima dela. O perfume doce das flores silvestres
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XXXVIII. Cativeiro de Prata
O silêncio era opressor.Serena acordou com uma pontada aguda na base da nuca, como se tivesse levado um golpe forte demais. Seu corpo inteiro pesava, a mente embaralhada entre lembranças fragmentadas e um vazio incômodo. Tentou mover os braços, mas não conseguiu. Correntes, frias como gelo, envolviam seus pulsos, ligadas a um anel metálico fincado em uma parede de pedra bruta.Ela estava deitada sobre uma superfície áspera, dura. O chão era feito de pedras negras, ligeiramente úmidas. O ar tinha cheiro de mofo antigo, com um leve traço de incenso queimado — ou algo muito próximo disso, como se alguém tentasse mascarar o odor da podridão com rituais.Quando conseguiu abrir os olhos, a luz fraca de tochas nas paredes revelou o interior de uma câmara subterrânea. O teto era abobadado, sustentado por colunas grossas com inscrições antigas, e as sombras dançavam nas paredes como fantasmas silenciosos. Havia símbolos lunares invertidos pintados em vermelho escuro — sangue seco? — ao redor
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XXXIX. Filho do Eclipse
O silêncio da câmara subterrânea foi quebrado apenas pelo leve som das gotas que escorriam por alguma fissura nas pedras antigas. Serena não sabia quanto tempo havia se passado. Horas? Dias? Não havia janelas. Nenhum marcador de tempo. Apenas o cansaço progressivo em seu corpo e a inquietação crescente na mente.As roupas limpas que deixaram para ela eram feitas de um tecido macio e escuro, quase como uma segunda pele. Ela vestiu por necessidade, mas cada fibra parecia conter algo mais — uma energia antiga, talvez encantamentos que serviam para conter sua transformação. Mesmo assim, seu corpo começava a se adaptar. Ela sentia isso. O véu que bloqueava sua loba estava se tornando mais tênue.E então, finalmente, uma nova presença adentrou a sala.Era diferente de Ezra. Havia algo mais jovem, mais impetuoso, quase animalesco no ar. O som das botas ecoou pelo chão de pedra até que ele surgiu, saindo da escuridão como um predador saindo da mata.— Então é você — disse a voz grave, arrasta
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XL. Sob a Lua de Sangue
O cheiro de ervas queimadas e óleo de lobo enchia o ar da câmara subterrânea. Serena sabia que algo estava errado antes mesmo de abrir os olhos. A droga que Kael lhe dera na última sessão de "treinamento" ainda latejava em suas veias, turvando seus pensamentos. Seu corpo estava pesado, mas sua loba... Sua loba rugia por dentro, presa sob camadas de magia e química. A porta se abriu sem som. Kael entrou, os músculos tensos sob a pele bronzeada escondidas pelas vestes pretas. Seus olhos âmbar brilhavam no escuro, fixos nela. — Você está linda assim — Ele murmurou, a voz um rosnado baixo. — Quase minha. Serena tentou se levantar, mas seus membros não respondiam. A droga — Uma mistura de acônito negro e lua-de-prata, ela percebeu tarde demais — a mantinha paralisada. — O que... você fez? — Ela forçou as palavras entre os dentes cerrados. Kael sorriu, lento, cruel. — Só garantindo que você não vá lutar. Desta vez. Ele a puxou pelo cabelo, expondo seu pescoço. O grito que
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XLI. Cinzas no Coração
A escuridão ainda reinava quando Serena abriu os olhos. Cada centímetro de seu corpo doía — não por cortes ou hematomas visíveis, mas por algo mais profundo. Algo que sangrava por dentro, invisível, cruel.Ela não sabia quanto tempo havia se passado. O quarto permanecia em silêncio, mas o ar carregava o cheiro da vergonha e do poder mal utilizado. O lençol sob seu corpo não a protegia do frio que se instalara em sua alma.Kael não estava ali. Isso, pelo menos, era um alívio.Serena se sentou devagar, sentindo a dormência persistente dos músculos começando a ceder. O efeito da droga — ou da maldita mistura que Ezra e Kael haviam preparado — parecia estar passando, embora deixasse um rastro de fogo e desconforto sob sua pele.Ela se olhou no espelho em frente à cama.Marcas.Marcas em seu pescoço. Em sua cintura. Em suas coxas.Kael havia deixado seu nome esculpido nela sem dizer uma palavra. E isso a enchia de algo novo, selvagem e quente: ódio. Um ódio que queimava mais do que qualque
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