Haiden Alguns dias se passaram comigo debruçado sobre o trabalho. Dia e noite, em claro, trancado no escritório, tentando arrumar uma maneira de salvar a empresa do caos total. Uma batida na porta me trouxe de volta à realidade e Natalia entrou vagarosamente. Eu não dei atenção a ela até que seus punhos batessem com força sobre a mesa. — Preciso de você, Haiden, e tudo o que você faz é ficar trancado nesse escritório dia e noite. Olhei para o rosto dela, realmente assustado com sua atitude. Uma hora, Natalia parecia tão amorosa e compreensiva, outrora estava eufórica e tentando me tirar do sério. Essa era a sua versão verdadeira, eu de fato nunca havia caído em seu jogo de manipulação. — Estou tentando salvar a empresa que seu pai arruinou – eu disse sem pensar. Em seguida, me arrependi do que havia dito. O rosto de Natalia tornou-se vermelho e mais lágrimas caíram de seus olhos. A situação estava me estressando, a última coisa que eu queria e precisava era de alguém me pression

Daphne. Havia um enorme sofá no meu escritório. Eu gostava de mantê-lo ali para receber as pessoas, que constantemente vinham para pequenas reuniões. Foi ali que Carl sentou-se e ficou, com o olhar perdido, por longos minutos. Tomei um copo de água enquanto esperava meu corpo se acalmar e meus pensamentos se reorganizarem. Todos que ouviam minha história, terminavam assim, como se tivesse levado um soco na boca do estômago. Greta reagiu da mesma forma quando soube o que fizeram comigo, com a Simone não havia sido diferente e agora estava Carl agindo da mesma forma, mas com ele havia uma leve pitada de decepção. — Quando você pretende voltar? – Ele não estava sorrindo para mim agora como sempre costumava fazer, ele estava carrancudo. — Eu não sei – respondi, sentindo minha voz falhar. Carl se levantou ligeiramente, passando as mãos sobre as calças. Seria mais fácil apenas negar seu pedido, mas eu tinha que contar toda a verdade para ele, decepcionando-o. Certamente agora ele me

Haiden Fiquei pensando sobre o que minha mãe havia dito por tempo demais. Tanto tempo que acabei tirando a concentração do trabalho e me voltando para a gravidez de Natalia. Não que eu não me importasse com aquela criança, mas os últimos acontecimentos não me deixavam pensar melhor sobre isso. Deixei o que estava fazendo e resolvi ir para o andar de cima tomar um banho. Natalia havia tomado conta do meu quarto. Entrei e ela estava deitada na minha cama. Não abriu os olhos para me ver, mas eu sabia que estava acordada. — Quando será sua próxima consulta? Natalia abriu os olhos e se levantou, olhando para mim com uma leve carranca. — Que consulta? – Ela hesitou insegura. Sua memória estava nebulosa? – eu não preciso ir ao médico, eu estou ótima. — Bem, a gravidez não é uma doença, mas precisa de cuidados. Você precisa fazer o pre natal. O calor em sua expressão congelou rapidamente, como se ela se desse conta do que eu falava. Fiquei pensando que minha mãe podia ter razão ao des

Daphne — Você está bem? - a voz de Carl vinha distante, minha visão embaçada e obscura não me deixava vê-lo completamente. Demorei para retomar os sentidos e, quando finalmente despertei, estava em um veículo em movimento indo pelas ruas de Nova Iorque. Está naquele lugar me trazia lembranças das quais eu não podia suportar. Comecei a chorar impulsivamente quando Elijah me abraçou tão forte que me senti culpada por ele estar assistindo a tudo isso. — Não chora, mamãe – ele passou seus pequenos dedos sobre os meus olhos, limpando minhas lágrimas. Eu sorri e precisei engolir o choro para não o deixar triste. Eu não queria que o meu filho passasse por esse momento. Eu não queria que ele me visse sofrer, mas era inevitável chegar a essa cidade e não sentir nada depois de tudo o que passei. — Quer que eu te leve para o hospital? – Carl indagou, seu semblante preocupado. Pelo menos agora ele não parecia tão incomodado comigo. — Estou bem – limpei as lágrimas e sorri para ele. Carl

Haiden. Claus estava aqui, parado na minha frente, após cinco longos anos longe sem dar nenhuma notícia. Ele voltou sem motivos quaisquer ou explicações que me convençam da sua volta repentina. Falo dele como alguém que se refere a um lobo vadio, que ocasionalmente aparece na sua casa, rouba sua comida, deixa uma bagunça infernal e depois desaparece na floresta. Selvagem, imprevisível, mas nenhum pouco desequilibrado. Claus não dava passos em falsos, tudo o que ele fazia tinha um motivo, só que dessa vez eu não fazia ideia de que motivo o traria de volta. — Como estão os trabalhos na Suíça – perguntei, inclinando meu rosto para olhá-lo. Claus passou as mãos sobre os cabelos e demorou para responder enquanto colocava as malas no carro. — Estou aposentado – ele disse, virando para me oferecer um breve olhar – não estou aqui a trabalho. — E está aqui por quê? Ele parou o que estava fazendo e olhou para mim, suspirando como se eu estivesse testando sua paciência, mas tinha algo nel