Haiden — Tudo bem, precisamos nos acalmar – olhei para os homens transtornados, enraivecidos, enquanto eu tentava manter o controle – preciso que o setor financeiro venha até o meu escritório depois da reunião. Peça para o homem entrar. Ramon olhou para mim, dando um leve tapa em minhas costas, dando um sinal de que confiava em minhas decisões. — Apostei tudo que tinha nessa união entre nossas famílias, e veja onde minha decisão me levou. Ele estava inconsolável e só a reação do meu pai já indicava que as coisas eram piores do que eu imaginava. — Eu não vou participar dessa reunião, não tenho cabeça para isso. Ramon se retirou. Parado em frente à porta, ele respirou fundo e foi embora. Francisco ficou sentado em uma das extremidades com a cabeça baixa. Imaginei a reação da Natalia quando soubesse que o seu pai havia perdido tudo em jogos de cassino. Isso, por outro lado, me obrigava ainda mais a permanecer ao seu lado. Agora ela não tinha mais nada, ela só tinha a mim. Avistei

Daphne Eu estava sentada na cadeira de presidente, ansiosa, esperando o momento em que Carl me ligaria para contar tudo. Fiquei imaginando-o de frente com Haiden sem saber que ele era o meu ex-marido e que Elijah era filho dele. As horas se arrastavam lentamente. Eu me levantei, caminhei um pouco, mas nada me fazia parar de pensar em como tudo seria. “Eles irão recusar o contrato. Conheço o Ramon o suficiente para saber do seu orgulho.” Depois disso, eu me peguei rindo sozinha imaginando a expressão no rosto dele ao saber que a dona da Orbytech era eu, a mulher que ele tentou matar, que tentou destruir. Agora eu era não só presidente, mas dona de uma empresa mais poderosa do que a dele. Quando minha secretaria entrou, ficou olhando para mim, assustada. Eu realmente parecia uma louca, rindo e me divertindo sozinha. — O que está olhando, Simone? – continuei rindo – nunca viu ninguém se divertindo sozinha. — A dona da empresa é a primeira vez – ela falou, se aproximando e me dand

Daphne Eu tentava manter o controle para que Elijah não percebesse o meu nervosismo. Eu ficava pensando o tempo todo naquele homem entrando no restaurante e me vigiando, vindo me procurar e sabe Deus o que podendo fazer contra mim. Será que o Ramon desconfiava que eu estava viva? Balancei a cabeça e sorri. O medo estava me fazendo delirar. Por que ele viria atrás de mim depois de cinco anos? Aquilo não fazia o menor sentido. — Não vai comer, mamãe? – a voz de Elijah me trouxe de volta. Olhei para os olhos dele, que estavam fixados no meu prato de comida. Eu realmente não havia tocado no almoço que parecia delicioso. Sorri para ele e disse: — Estou sem fome – olhei para ele, saboreando a comida. Elijah deu de ombros e continuou comendo. Ele não tinha preocupações, eu tinha. Minha vontade de levantar e ver se aquele homem permanecia parado do lado de fora me assombrava, mas eu não podia arriscar deixar Elijah sozinho nem por um minuto. Peguei o telefone e liguei para o motorist

Haiden Natalia se trancou no quarto e ficou isolada por horas. A mãe dela insistia para ela sair, mas nenhum som podia ser ouvido do outro lado. Eu me preocupava com o filho que ela carregava. Tanto estresse só poderia fazer mal à criança. — Vou chamar o médico da família para vir vê-la – o silêncio permaneceu – você está grávida, preciso me certificar de que está tudo bem com o meu filho. Alguns segundos depois, a porta se abriu. Seus olhos inchados e borrados. Então se debruçou, me abraçando. — Não precisa chamar o médico, eu estou bem – ela disse ainda agarrada em mim. Eu não saberia como consolar a Natalia, nem mesmo demonstrar qualquer afeto a ela. Cinco anos de casados só nos distanciou. Eu não tinha nenhum sentimento por aquela mulher além de pena. Natalia estava destruída. Ela tremia enquanto chorava, então a agarrei no colo e a levei para o meu quarto. — Você precisa se acalmar pelo bem do nosso filho. Ela instalou os lábios assim que eu disse isso. — Eu queria que vo

Daphne Enterrei as mãos sobre o meu rosto, controlando os soluços intermináveis. A pressão me sufocando, quase me enlouquecendo. Claus não tinha o direito de me pressionar ou me ameaçar, mas ele parecia tão desesperado quanto eu. Eu queria gritar com ele, expulsá-lo dali para nunca mais ouvir suas palavras, mas ele já havia deixado seu recado e disso eu não poderia fugir. — Eu não quero chantageá-la, não encare isso como uma ameaça – eu o encarei com os olhos embasados e cheios de fúria. Ele não tinha a intenção, mas era exatamente isso que estava fazendo – mas eu trairia a mim mesmo se continuasse vivendo como se nada estivesse acontecendo. Como se eu não tivesse visto você. Eu deveria compreendê-lo? Como eu poderia imaginar que alguém tão ligado a Haiden estaria tão próximo de mim assim? Mas se não fosse Claus a descobrir meu segredo, outras pessoas descobririam. A imprensa sabia que Greta havia deixado sua fortuna para alguém, mas eles não sabiam que era para mim. Eu havia f