Após o almoço, Hector estaciona em frente à empresa da esposa. Antes que ela desça, a segura pela cintura, puxando-a suavemente para perto.— Tem certeza de que não quer assumir a minha empresa também? — pergunta com o olhar travesso. — Eu poderia descansar o dia inteiro e te esperar em casa como um bom marido dedicado…— Oh, não, muito obrigada — ela responde, rindo e já antecipando a provocação. — Se com tanto trabalho você já não me dá um segundo de paz, imagina só se passasse o dia inteiro à toa.— Eu só ia te mimar um pouquinho — murmura, roçando os lábios no pescoço dela. — Massagem nos pés, café da manhã na cama… e, claro, te esperaria sem roupa…Ava tenta não rir, mas falha completamente.— Hector Moreau, você é impossível.— E completamente apaixonado por você — ele diz, depositando um beijo delicado na testa dela.Por um instante, ela o encara em silêncio, como se quisesse guardar aquele momento na memória para sempre: o jeito como ele sorri, o calor suave do toque em sua ci

Percebendo que o marido estava mesmo falando sério, se levanta e caminha até ele, com o olhar de quem achava que a ideia não era tão ruim assim. No entanto, ela vê a caixa em sua mão e decide provocá-lo.— E essa caixa? Por acaso trouxe brinquedinhos para usarmos?O corpo dele se arrepia, de modo que o desejo lateja.— Não exatamente, mas agora que tocou no assunto, acho que devo começar a pensar em investir nisso também — ele brinca, aproximando-se ainda mais.Antes que se incline para beijá-la, Ava segura o rosto dele entre as mãos, com carinho.— Hector, você está me escondendo alguma coisa. O que tem dentro dessa caixa? Por acaso é sobre nossos bebês?Ele suspira, tentando conter o sorriso.— Pode ser…— Amor!— Calma, meu amor. Não seja tão impaciente. Preparei tudo com muito carinho. Eu queria ver a sua reação pessoalmente.— Você já sabe o que são? — pergunta incrédula.— Eu não resisti — confessa.— Eu não acredito — dispara, com os olhos surpresos. — Sabia que não deveria deix

Quando Ethan e Rafaela chegam à mansão Moreau, são recebidos na porta por Ava e Hector. O sorriso radiante no rosto de Hector se soma ao brilho nos olhos da esposa, que exala felicidade e um orgulho evidente.— Sejam muito bem-vindos à nossa casa — diz Ava, com a voz animada e emocionada. Ela abre os braços para abraçar os pais, sentindo o coração bater mais forte por vê-los ali, juntos, entrando pela primeira vez em um lar que agora era verdadeiramente seu.Era mais do que uma recepção. Era uma reparação silenciosa. Em todos os anos que viveu ao lado de James, nunca havia tido a liberdade, ou o desejo de convidar os pais para jantar. Mas agora, tudo era diferente. Ali, naquele lar que construía com Hector, ela podia finalmente abrir as portas sem medo, sem constrangimentos. Com amor.Emocionada, Rafaela a abraça apertado.— Que lugar maravilhoso, minha filha… E que orgulho eu tenho de você — sussurra ao seu ouvido.Ethan aperta a mão de Hector com firmeza e, pela primeira vez, sorri

Enquanto dirige de volta para casa, Ethan lança um olhar de soslaio para a esposa ao seu lado. Rafaela está sorrindo, com os olhos brilhando de alegria, enquanto fala sobre os netos que estão por vir.— Quem diria que nos tornaríamos avós tão cedo? De gêmeos ainda — comenta ela. — Isso deve ser um presente de Deus para acalentar tudo de ruim que aconteceu nos últimos meses na nossa família.— Você tem razão… deve ser — repete ele, mas sua voz sai distante, quase como um sussurro abafado.Imediatamente, Rafaela percebe a mudança em seu tom. Ela o observa, estranhando o modo como ele agora parece mais rígido ao volante.— O que foi, amor? — pergunta, suavemente. — Você não parece tão animado quanto antes.— Mas eu estou — rebate, num tom rápido demais, tentando parecer convincente.— Então por que está tenso de repente? — ela insiste, preocupada. — Há algo te incomodando?— Não — responde secamente, sem tirar os olhos da estrada.Ela continua observando o marido em silêncio por alguns s

— Ethan? Ethan?!A voz da esposa o chama com urgência, arrancando-o de um lugar sombrio.Ethan desperta sobressaltado. Os olhos se abrem de repente e ele se senta na cama, ofegante, como se tivesse emergido de um pesadelo profundo. O quarto está silencioso, envolto pela penumbra da madrugada. Ao seu lado, sua esposa o observa com preocupação.— Amor, o que foi isso? — pergunta suavemente, tocando o ombro dele.Ele passa as mãos pelo rosto, tentando entender o que é real. O suor escorre pela testa e o travesseiro está encharcado. A respiração, ainda descompassada, denuncia o impacto do que acabou de viver ou sonhar.— Era só um sonho? — murmura para si mesmo, com a voz trêmula e rouca.— Você está tremendo… — Rafaela comenta, aproximando-se mais. — Ethan, o que aconteceu?Ele fecha os olhos por um instante e respira fundo, tentando retomar o controle. O peito sobe e desce rapidamente, como se ainda estivesse fugindo de algo invisível.— Foi só um pesadelo… — repete, quase num sussurro.