Eu estava sentada ali, entre Clara e Matteo, os três rodeados por fatias de pizza que, de alguma forma, traziam uma leveza ao momento, uma espécie de consolo simples para o turbilhão de emoções que se passava dentro de mim. A sala estava silenciosa, apenas o som das risadas e dos pedaços de pizza sendo devorados quebrando a calmaria. Mas, por dentro, eu estava longe de estar tranquila.— Então, qual é o próximo nome? — Clara perguntou, empoleirada na cadeira, seu rosto radiante enquanto ela dava uma mordida na pizza.— Eu não sei... — comecei, olhando para a pizza, sentindo o cheiro gostoso, mas sem muita fome. Eu só queria que aquele momento fosse um pouco mais simples. — Não quero mais "Noah". Não me parece certo. Não é o nome que ele merece.— O que você acha de "Leandro"? — Clara sugeriu de repente, interrompendo meus pensamentos.Eu olhei para ela, desconfiada. Leandro. Era forte, sem dúvida, mas algo dentro de mim não se conectava com aquele nome. Não era o que eu queria.— Não

Eu me sentia sobrecarregada, exausta, mas ao mesmo tempo, não conseguia tirar a cabeça do turbilhão que estava se formando dentro de mim. O celular vibrava constantemente, e eu sabia exatamente quem estava tentando se comunicar. Max. Era como se ele não soubesse o que mais fazer para me alcançar. Flores. Cartas. Mensagens. Cada uma mais carregada de arrependimento do que a anterior. Eu não estava pronta para olhar nenhuma delas.A princípio, achei que a raiva fosse o suficiente para me manter afastada. Mas, à medida que os dias passavam e as flores chegavam, a dor se tornava mais profunda. Eu não sabia o que fazer com tudo isso. Max estava tentando, de todas as formas possíveis, fazer com que eu olhasse para ele de novo. Mas as palavras que ele usava, o jeito como ele tentava se redimir, só faziam aumentar o peso de tudo o que ele tinha me feito passar.Na empresa, as entregas continuavam chegando. Uma cesta de lírios brancos na recepção. Um cartão simples, com palavras que eu já sabi

Era noite. Quase meia-noite, e o silêncio da casa me envolvia como uma manta quente. A única luz vinda da lâmpada suave na sala de estar, que iluminava de forma tênue os cantos da casa. Eu estava sozinha, apenas a companhia do meu pijama felpudo e de um pote de sorvete. Nada mais importava agora. O que antes parecia ser uma noite comum se tornara um refúgio, um espaço onde eu podia finalmente me permitir sentir o peso do que estava vivendo sem precisar ser forte para o mundo.A noite, com seu clima calmo e sereno, parecia oferecer uma pausa de tudo. Da pressão, dos compromissos, da empresa, até mesmo dos fantasmas que Max ainda conseguia invocar, apesar de eu já ter feito o possível para afastá-lo da minha vida. Não queria mais saber de flores, de cartas, de pedidos de perdão que não passavam de gestos vazios. Não queria mais nada dele.Mas, naquele momento, eu me entregava ao sabor doce e frio do sorvete, talvez para tentar afogar um pouco a confusão que se formava em meu peito. Eu s

— E ele… ele se mexe muito?— Às vezes parece que tem um time de futebol inteiro aqui dentro — falei, passando a mão carinhosamente sobre a barriga. — Principalmente à noite. Mas agora, com você aqui...Parei. Porque naquele exato momento, senti.— Ai… — sussurrei, com os olhos arregalados e a respiração prendendo por um segundo.— O quê? — Max perguntou, alarmado.Segurei a mão dele, sem pensar, e a coloquei sobre a minha barriga, exatamente no ponto em que o movimento tinha acontecido.— Ele... se mexeu.Max congelou. Os olhos dele encontraram os meus com um brilho que parecia impossível de conter. E então, Giovanni mexeu de novo.— Eu senti. — ele disse num sussurro, como se não quisesse quebrar o encanto. — Meu Deus, Charlotte… eu senti ele.As mãos dele continuaram ali, firmes e delicadas, como se ele estivesse tocando um milagre. Seus olhos estavam marejados de novo, mas dessa vez havia algo diferente — era pura admiração, um amor nascendo ali, diante de nós dois, em silêncio.—

O quarto estava em um leve caos organizado. A doula e a parteira estavam no comando, enquanto Clara corria de um lado para o outro, ajudando no que podia. Elas estavam cobrindo o chão com toalhas grandes e impermeáveis, criando uma área de proteção para a piscina inflável que logo seria cheia. O ambiente estava calmo, mas com uma energia que denotava a importância daquele momento. A água estava sendo preparada com paciência e precisão, cada passo bem coordenado.Matteo estava ao meu lado, firme, com os olhos fixos em mim, enquanto eu tentava me acalmar. A dor vinha em ondas, cada uma mais intensa que a anterior, e eu sentia como se meu corpo estivesse em uma batalha que eu não sabia como vencer. Eu estava apenas com um sutiã, me sentindo exposta, mas a única coisa que importava era a dor que não cessava.Eu urrava, tentando controlar a respiração, e Matteo, em silêncio, me segurava com firmeza. Ele estava ao meu lado, me mantendo ereta, oferecendo o suporte que eu precisava. A tensão