Embora não todo fã que comprasse essa ideia, a maioria dos fãs era, na verdade, bastante racional. Admirar uma estrela era uma coisa, mas era preciso separar isso da realidade. Estrela também é gente, e namorar ou casar era algo totalmente normal.Assim como Calypsa e Neide, elas também gostavam de Cipriano.Após uma breve conversa com Cipriano no quarto, Marília percebeu que o tempo já estava avançando, eram quase dez horas.Ela guardou o celular na bolsa e disse:— Eu preciso voltar.Cipriano pegou as chaves do carro e disse:— Eu te levo.Marília tinha uma certa aversão a pegar táxi, então assentiu levemente com a cabeça.Os dois abriram a porta e saíram, encontrando Saulo, que estava deitado no sofá com a cabeça reclinada para trás, aparentemente dormindo.Ao ouvir o barulho, ele acordou de repente. Vendo os dois saindo, levantou-se rapidamente:— Eu vou esquentar a comida.— Não precisa, eu vou levar a Mimi para casa.— Você perdeu muito sangue. Consegue dirigir?Marília olhou ime

Antes, Zélia já havia dito a Marília que, se ela se casasse, a madrinha teria que reservar um lugar para ela.Marília respondeu suavemente:— Sim.— E ele com a Violeta...Marília interrompeu imediatamente:— Zélia, já te falei, não foi culpa dele.Na última vez, Marília já havia contado a Zélia que Cipriano fora manipulado por Violeta.Cipriano, na verdade, até que era uma pessoa digna de compaixão.Cipriano, afinal, era o homem de quem Mimi gostava. Mimi já havia aceitado seu pedido de casamento, e Zélia não podia dizer nada sobre isso. Depois de falar, com o temperamento teimoso de Mimi, ela certamente ficaria brava com Zélia.— Não me diga que vocês já foram ao cartório?— Não, eu e Cipriano decidimos primeiro conhecer as famílias antes de nos casarmos.Zélia afirmou com convicção:— Eu acho que a tia Madalena definitivamente não vai aprovar!Marília também sabia que a tia não aceitaria. A tia já tinha deixado claro para ela antes que não aprovava o relacionamento dela com Cipriano

Madalena apertou o botão do elevador e virou-se para olhar a filha, vendo os olhos dela vermelhos, o que a deixou igualmente incomodada.Mas o casamento era a aposta de uma vida para sua filha.Ela não podia permitir que a filha fosse impulsiva.— Agora, devolva o anel para ele, e a mamãe não vai ficar brava com você!"Devolver o anel para Cipriano?"Pensou Marília, olhando para o anel em sua mão, que ele comprara no segundo dia em que começaram a namorar.Com a voz embargada, ela disse:— Mãe, além disso...— Quanto tempo vocês estão juntos? Na sua opinião, a mamãe não é mais importante que ele?Madalena estava magoada por dentro.Marília balançou a cabeça:— Para mim, vocês são os únicos parentes que eu tenho neste mundo, ninguém se compara a vocês. Vocês são diferentes.Madalena sentiu um pouco de consolo ao ouvir a filha falar isso.Marília continuou:— Mas Cipriano é realmente uma pessoa incrível, ele fez muito por mim, mãe. Se eu desistir dele, talvez eu nunca mais encontre algué

Na hora certa, deixaremos todos os bens em nome dela para os bisnetos, assim não acabará sobrando para a família da Elísia.— A Mimi já foi nossa nora. Agora você quer reconhecê-la como filha, mas ela e o Leandro não se dão bem. As pessoas de fora vão começar a comentar...— Se alguém ousar falar alguma coisa, eu lhe arranco a língua!— Olha só você, nessa idade, ainda agindo como uma criança? Ficar falando em arrancar língua... Com esse corpo já velho, se for brigar com alguém, vai acabar apanhando. E outra: quem fala pelas costas não é só uma pessoa. Você pretende arrancar a boca de todas elas?Daniel olhava para a esposa com um sorriso afetuoso e indulgente.Larissa, agora completamente tomada pela raiva, ficou ainda mais furiosa ao ser zombada pelo marido. Pegou um travesseiro e o atirou nele:— Daniel, seu desgraçado, você está dizendo que eu estou velha, é isso? Eu sabia! Filho de peixe, peixinho é. O filho não presta e o pai também não vale nada!Daniel ficou em silêncio por um

Ao ouvir isso, Marília deixou um sorriso sutilmente irônico surgir nos cantos de seus lábios:— E o que adianta descobrir a verdade? O filho vai voltar? — Sua voz de repente se elevou, carregada de um tremor reprimido. — Leandro, você vem até a minha porta agora… Não acha que já é tarde demais?— Eu sei que é tarde... — Leandro deu um passo à frente, segurou a mão de Marília e disse. — Mas eu não posso permitir que você passe por esse sofrimento...— Meu sofrimento? — Marília deu uma risada abafada. — Comparado àquele filho que não teve nem chance de ver o mundo, meu sofrimento não significa nada?Sua voz se calou de repente, como se algo tivesse entalado-lhe na garganta. Quando ela falou novamente, já havia um tom de choro em sua voz:— Vá embora. Eu não quero ver você nunca mais.Leandro sentiu como se seu coração fosse apertado por uma mão invisível. Ele mal conseguia respirar.A chuva caía cada vez mais forte, entrando pela janela do corredor e molhando suas costas, mas a sensação