— Continue, Promotor. — A Juíza ordenou. — Não tenho mais perguntas, meritíssima. A promotoria encerra. — Reprimi a vontade de revirar os olhos. — Advogado de defesa, a testemunha é sua. — A meritíssima avisou e eu não esperei um segundo aviso. — Boa sorte! — Ouço Felipe dizer, antes de eu me levantar e me prostrar na frente da testemunha. Limpei minha garganta, antes de tomar a palavra. — Policial Marcos, o senhor sabe qual a definição de crime doloso? — Sim, sei! — Então nos diga. — Pedir. — Protesto! — O Promotor exclamou. — Sobre qual motivo? — A juíza indagou. — Aqui não é uma aula de direitos penais. — Senhor Edward, tem um motivo claro para essa sua pergunta? — Sim, tenho! Todo policial para cumprir a lei, precisa conhecê-la. — Protesto negado! Responda a pergunta. — Ela ordenou ao policial. — É quando há intenção criminosa de cometer o crime. A testemunha respondeu. — Sim, verdade! — Afirmei. — Ao contrário do crime doloso, o crime culposo diz que o criminoso q

— Usando a super proteção dela por você. — Ele me fitou sem entender. — É como se ela, como sua mãe, fosse incapaz de julgar seu caráter, pois a mãe tende a ignorar os defeitos dos filhos. — Mas a mãe não é assim, ela sempre me corrigiu, quando era preciso. Eu nunca machucaria uma mulher, seja em qualquer situação. — Mas eles não sabem... — Promotor? — A Juíza o chamou e eu volto minha atenção para ela. — Senhora? Sua próxima testemunha está pronta? — Sim, está! — Então pode chamar. — O Promotor afirmou. — A promotoria chama Lúcio Bragança. — Quem é esse Lúcio Bragança? Maicon tornou a perguntar, confuso. — Gerente do RH! — Respondi franzindo minha fisionomia. — Achei que o gerente fosse Fernando. — Talvez tenha sido quando você entrou. — Pode ser. — Nunca viu esse Lúcio? — Maicon negou. Porque o promotor chamou esse homem? Ele não tem nada contra o Maicon. Me questionei. Observei um homem jovem, estatura mediana, cabelo loiro e olhos claros, caminhar a passos longos na

Juliana foi um achado para nós. Ela nos procurou semana passada, dizendo ser uma amiga da Vanessa. Ela trabalhou no RH, até pedir demissão. O combinado entre nós é de ela apenas desmentir o envolvimento de Maicon com Vanessa, mas agora terá que desmentir mais essa mentira, quando esse gerente mentiroso desgraçado, disse que Vanessa prestou uma queixa contra Maicon. — Para quem está se perguntando quem é a Juliana. — Iniciei ao ver a mesma caminhando em direção ao lugar destinado às testemunhas. Ela usava um conjunto de calça social e blazer preto, seus cabelos loiros e ondulados estavam soltos e ela quase não usava maquiagem, a não ser um batom rosa. — Tenho certeza que o advogado explicará. — O Promotor alfinetou e eu o ignorei focando apenas em Juliana que fez o seu juramento de falar apenas a verdade e sentou na cadeira sem deixar de fitar André e Cardoso com aparente raiva. — Tudo bem? — Perguntei ao vê-la pálida. Ela afirmou, mas decidi não insistir, pois de nada adiantaria.

Antes mesmo de o recesso de quinze minutos terminar, notei uma movimentação estranha entre o Promotor e possivelmente seu assistente. — O que será que aconteceu? — Felipe perguntou olhando descaradamente para o homem. — Não sei, mas parece sério. — Respondi. — Você sabe quem será a próxima testemunha dele? — Acho que um médico Florence. — E depois sou eu? — A voz de Maicon tremeu em antecipação. — Sim, é você! — Afirmei e ele suspirou. A preocupação emanava de seus poros. — Seja sincero, conte o que você me contou. Fale a verdade. — Farei isso! — Ele me fitou nos olhos. — Não mentirei. — Sei... disso. — Era o que eu iria dizer antes da voz do meirinho me interromper. — TODOS DE PÉ, A JUÍZA IVONE AGUIAR ESTÁ PRESENTE. — A voz do guarda ressoou em toda a sala. A juíza caminhou apressadamente e sentou em seu lugar, assim que ela se acomodou, todos voltamos a sentar em nossos lugares, também. — Promotor, já pode chamar a sua testemunha. — Ela diz sem rodeios. — Senhora, acabei

— O segurança também estava, isso é mais do que provado. Contudo, entre um faxineiro preto e um segurança branco, com certeza foi o faxineiro. E o senhor vem me dizer que a minha cor não falou mais alto? Quando conheci o senhor Edward, ele disse que viu a verdade nos meus olhos. Ele disse que a primeira impressão nem sempre é a que conta, temos que confiar nas pessoas, mas principalmente, confiar em si mesmo. Ele me fez acreditar que a justiça seria feita. — Ele me fitou. — Uma voz honesta é mais alta que uma multidão. Lembra que o senhor me disse isso? — Afirmei para ele. — Espero que o senhor esteja certo. — Maicon completou. — Eu também! — Retruquei, voltando a fitar a juíza. — Sem mais pergunta, Meritíssima. — Digo voltando a sentar em minha cadeira. — A testemunha está dispensada. — A juíza avisou sisuda. — Sabe o que eu aprendi com tudo isso, senhor Promotor? — Maicon o questionou se levantando da cadeira. O Promotor negou. — Que não importa o que eu diga ou faça, o que impor