— Para com isso, Lourdes. — Ana Beatriz pediu. — Conheci uma mulher, uma nova amiga. — Não gostei! Preferia que fosse um homem. Melhor assim! Penso satisfeito com um meio sorriso nos lábios. — Deixe de ciúmes. — Ana Beatriz pediu sorrindo. — Maria é uma mulher excelente, ela me lembra muito você. — Não sei como... — Ela é muito direta. — Eu também sou, mas... — Por isso falei que ela lembra muito você. — Eu sou uma mulher única, Bea. — Verdade! Você é a melhor! — Não posso discordar. — Lourdes pareceu feliz com o elogio. — O que essa mulher tem a ver com o seu bom humor, amiga? — Maria é uma psicóloga e me convenceu a falar com ela. — Eu sempre pedi para você conversar comigo, amiga. — Sei disso, amiga. Tenho pensamentos horríveis e eu não quero que você me veja diferente. — Eu não faria isso. — Você não sabe. — Ana Beatriz suspirou. — Maria disse que estou de luto e deprimida. Preciso cuidar do meu emocional para não evoluir para uma depressão. Prometi

Maicon é um homem alto, bem-apessoado, provavelmente já chamou muito a atenção das mulheres. Mas agora? A sensação que tenho é que estou olhando alguém totalmente diferente. Sua aparência está deprimente. Concluir assim que ele se aproximou da mesa com seus ombros curvados, me fitou com seus olhos, castanho escuro desconfiados e eu pude constatar o quão sem esperança ele estava. Será que ele não tem dormido? Questionei-me ao observar as olheiras escuras abaixo de seus olhos. Havia machucados mal curados em sua face. Sua sobrancelha direita possuía pontos mal feitos, sua boca partida e seu nariz vermelho. Maicon sentou em sua cadeira e o agente penitenciário fez menção de algemar as suas mãos em um suporte em cima da mesa. — Não precisa! — Intervir me levantando do meu assento. — Maicon me olhou, surpreso. — É protocolo, doutor. — O agente respondeu rispidamente. — Supõe que ele fugirá? — Perguntei incrédulo. — Li os termos e não consta nada sobre isso. Se desejar, pode ficar pr

— Posso pensar em vários motivos. — Digo sincero. — Queima de arquivo é uma delas. — Verdade, mas eu nunca estupraria uma mulher ou a mataria. — Diz com convicção. — Você é mais que um faxineiro, não é Maicon? Faz dois anos que se formou em administração. — Essa formação não me serviu de nada. Fui réu primário, mas me jogarão em uma cela com 17 homens e me negaram o meu julgamento. Isso é errado! Como pensa que devo confiar nessa justiça? — Suspirei alto tornando a me recostar em minha cadeira ao ouvir a sua pergunta “carregada de raiva e frustração.” — Eu não vejo como resolver isso, senhor. A impressão que tenho é não haver uma solução. É a minha palavra contra esse sistema.— Maicon, a primeira impressão nem sempre é a que conta, aprendi isso muito cedo. Você tem que confiar nas pessoas, mas principalmente, confiar em si mesmo. Uma voz honesta é mais alta que uma multidão. — Talvez no país que o senhor veio, mas não aqui. — Ele diz com firmeza. — Aqui o que fala mais alto é a c

— Caramba! Agradeço. — Maicon diz e sorri. — Não se preocupe, mamãe cuidará de você e te engordará. — Não me importaria com isso. — Maicon respondeu tornando a sorrir. — Mas não podemos esquecer que ainda não acabou. Senhor Edward explicará o que vai ocorrer a seguir. — Maicon me fitou. — Explicarei. — Digo. — Assim que chegarmos ao local que vocês ficaram. — Senhor Edward, agradeço por me ouvir e aceitar o caso do meu filho. — A senhora Vera diz, vem até mim e me abraça apertado. Fiquei surpreso com seu abraço espontâneo e reprimi a vontade de sorrir ao ver que a sua cabeça chegava abaixo de meus ombros. Quem nem a Ana Beatriz. Balancei a cabeça em negativo. Nada de pensar na Ana Beatriz agora.— Disponha. Fico feliz que tenha insistido. Trabalharemos para sairmos vitoriosos. — Sim, vamos! — O senhor Carlos diz estendendo a sua mão direita em minha direção para me cumprimentar. — Vamos? — Os chamei. — Vamos! — Maicon respondeu e sua mãe tornou a abraçá-lo e passaram a caminh

A Lourdes acredita que eu deva ceder, sei que em meu lugar ela já teria cedido, mas tenho medo. Necessito cuidar de mim, do meu emocional, minha autoestima. O senhor Edward bagunçará a minha mente ainda mais se eu me deixar levar. Então, ficarei apenas nos sonhos eróticos.É mais seguro... Eu acho! Sorriu me sentindo ridícula.Terminei de limpar o quarto do senhor Edward e respirei fundo. O cheiro gostoso dele ainda estava presente para todos os lados, nem mesmo os produtos de limpeza mudou isso.Pensei que seria difícil limpar seu quarto. Até que fui muito bem. Claro que cheirei algumas vezes seu travesseiro, pois o cheiro é irresistível, mas não passou disso. Ficaria preocupada se eu cheirasse as suas cuecas. Me sentiria uma pervertida.Que horror!Após limpar todos os quartos, vi que a hora do almoço já havia passado. Como Levi só chegaria depois das 17h e o senhor Edward almoça na empresa, eu não me preocupo em fazer almoços. Quando sinto fome, elaboro algo rápido, ou faço um lanc