— Então o que o senhor sugere?
— Se aconteceu uma vez, pode ter acontecido antes. Outra pessoa pode ter sofrido o mesmo que a vítima, é atrás dessa pessoa que eu irei. — Pela primeira vez o vejo me encarar com esperança no olhar.
Todos me encaram assim quando consegue ver uma razão para continuar a lutar, ainda que seja pequena.
— O que eu faço? — Ele faz a pergunta com a voz embargada pelo choro.
— Você aguardará o seu julgamento em casa em prisão domiciliar.
— Mas como? O senhor disse… Meu outro advogado não conseguiu o habeas corpus.
— Ele nem tentou! Não se preocupe, eu já pedi e um juiz assinou, até meio-dia você estará em casa. — Ele levantou abruptamente derrubando a cadeira.
Com as mãos na boca, me fitou com seus olhar arregalados.
— Puta que pariu… Ou, desculpa. — Emendou envergonhado.
— Sente-se! — O guarda ordenou, ele levantou a cadeira do chão e voltou a sentar.
— Minha mãe me disse que o senhor é bom, mas não acreditei. — Confessou.
— Sou ótimo no que faço! Só