PamelaDepois do almoço delicioso que tivemos no restaurante mais charmoso da Inglaterra, eu estava pronta para mais um compromisso ao lado do Caleb. Só que, dessa vez, não era apenas um almoço entre nós dois, mas um jantar de negócios no salão principal do hotel. Um evento cheio de empresários, investidores e pessoas que respiravam o mesmo ar competitivo e glamuroso que o Caleb parecia dominar com tanta naturalidade.No começo, eu confesso, fiquei um pouco ansiosa. A ideia de dividir espaço com tanta gente importante e ao mesmo tempo manter a compostura ao lado do meu marido me deixava nervosa. Mas Caleb, como sempre, tinha aquele jeito de me acalmar. Ele me olhou enquanto eu terminava de me arrumar, ainda em frente ao espelho, tentando ajeitar o vestido que havia escolhido.Era um vestido longo, azul escuro, justo na medida certa, que abraçava minhas curvas sem ser vulgar. O tecido caía leve até o chão, com uma fenda lateral que mostrava parte da minha perna a cada passo. Nas costas

PamelaQuando a música terminou, senti a mão do Caleb segurar firme a minha, como se ele estivesse me resgatando de alguma situação perigosa. Jonas foi educado, soltou minha cintura com um sorriso exagerado, e Caleb me puxou de volta para os braços dele. Havia algo diferente no olhar dele, um brilho meio irritado, meio protetor. Eu sabia que alguma coisa tinha acontecido naqueles minutos em que ele ficou com a Marcia.Ele não disse nada de imediato, apenas entrelaçou os dedos nos meus e me conduziu pela pista de dança até uma mesa mais afastada, em um canto mais reservado do salão. Eu podia sentir a tensão no corpo dele.— Vamos sentar um pouco — ele disse, e percebi que não era um convite, era quase uma ordem suave.Nos acomodamos lado a lado, e por alguns instantes ficamos em silêncio, apenas observando o salão lotado. A música continuava, outras pessoas dançavam, os garçons circulavam com taças cheias de champanhe. Mas para mim, tudo parecia abafado. Eu só conseguia prestar atenção

PamelaQuando Caleb girou a maçaneta e abriu a porta, meu coração já estava batendo tão forte que parecia que eu tinha corrido uma maratona. Do outro lado, dois policiais de farda escura, sérios, com expressão que não dava margem para nenhum sorriso.— Boa noite — ou melhor, madrugada —, senhor e senhora. — Um deles falou, mas a voz dele soou grave, cansada, como se não fosse novidade bater em portas às três da manhã.Eu nem tive tempo de entender nada, porque do nada, como se tivesse ensaiado, a voz da Márcia ecoou atrás deles:— Foi ela, policial! Ela quem envenenou o meu marido!Eu senti minhas pernas vacilarem. Segurei o roupão no peito e olhei para ela como se estivesse diante de uma louca fugida de algum hospício.— Como é? — Minha voz saiu num misto de riso nervoso e incredulidade.Caleb deu um passo à frente, e o tom dele foi firme, quase autoritário:— Mas que maluquice é essa?O policial ergueu a mão, como se estivesse acostumado a lidar com gente surtada.— Senhora, se acal

CalebAcordei cedo, muito antes do sol se levantar completamente. A noite tinha sido longa, quase impossível de dormir depois da cena ridícula da Márcia com a polícia. Mas não dava para ficar remoendo o absurdo. Eu precisava agir.Peguei o celular e fiz a primeira ligação do dia para o meu escritório. Minha voz saiu firme, mesmo com o cansaço latejando nas têmporas.— Bom dia, aqui é Caleb Belmont. Quero saber quem é o meu advogado em Londres.Do outro lado da linha, minha assistente soou imediatamente alerta.— Senhor, um momento, já confirmo para o senhor.Esperei em silêncio, andando de um lado para o outro pelo quarto. Pamela ainda dormia, mas o sono dela era agitado, e eu sabia que a paz dela estava destruída por culpa daquela mulher maluca. Isso me enchia de raiva.A voz voltou.— Senhor, o advogado responsável pelo senhor em Londres é o doutor Richard Hall. Quer que eu agende uma visita imediata?— Não agende. — cortei. — Quero ele aqui. Ligue para o doutor Hall agora e peça pa

PamelaQuando acordei naquela manhã, meu corpo ainda estava pesado da noite anterior. Tentei dormir, mas a lembrança da polícia batendo na porta não me deixava descansar. Cada vez que fechava os olhos, eu escutava de novo aquela voz grossa dizendo “É a polícia!”. Meu estômago embrulhava.Caleb, como sempre, parecia mais calmo do que eu. Ele já tinha tomado café, já tinha ligado para o escritório, já estava resolvendo tudo. Às vezes eu ficava impressionada com a frieza dele diante de qualquer crise. Mas ao mesmo tempo, isso me irritava um pouco, porque eu não conseguia desligar da raiva e do medo tão rápido assim.— Vamos sair um pouco — ele disse, quando já estávamos arrumados. — Tenho um almoço de negócios, quero que você vá comigo.— Você tem certeza? — perguntei. — Achei que não queria misturar as coisas agora.— Você é minha esposa — ele respondeu, simples, como se não houvesse discussão. — E eu quero você comigo.Suspirei e aceitei. Vesti um vestido simples, mas elegante, e deixe