Pamela
Quando Caleb girou a maçaneta e abriu a porta, meu coração já estava batendo tão forte que parecia que eu tinha corrido uma maratona. Do outro lado, dois policiais de farda escura, sérios, com expressão que não dava margem para nenhum sorriso.
— Boa noite — ou melhor, madrugada —, senhor e senhora. — Um deles falou, mas a voz dele soou grave, cansada, como se não fosse novidade bater em portas às três da manhã.
Eu nem tive tempo de entender nada, porque do nada, como se tivesse ensaiado, a voz da Márcia ecoou atrás deles:
— Foi ela, policial! Ela quem envenenou o meu marido!
Eu senti minhas pernas vacilarem. Segurei o roupão no peito e olhei para ela como se estivesse diante de uma louca fugida de algum hospício.
— Como é? — Minha voz saiu num misto de riso nervoso e incredulidade.
Caleb deu um passo à frente, e o tom dele foi firme, quase autoritário:
— Mas que maluquice é essa?
O policial ergueu a mão, como se estivesse acostumado a lidar com gente surtada.
— Senhora, se acal