Ponto de vista da StevieTinha algo em bar aberto e dress code de casamento que simplesmente fazia as pessoas perderem completamente a noção, e sinceramente? Eu adorava. Depois do meu discurso, eu tinha mais do que direito de relaxar. E por "relaxar", queria dizer dançar como uma louca e beber o suficiente para ficar alegre, mas sem exagerar. Existia uma linha tênue, e eu era mestre em andar nela... Na maioria das vezes.— Taylor, o que diabos você está fazendo com os braços? — Gritei por cima da música, dobrando de rir enquanto ele tentava acompanhar os passos da Fabiana.— Estou dançando! — Ele protestou, mexendo os braços e pernas de um jeito que mais parecia uma girafa recém-nascida tentando andar do que um ser humano adulto numa festa.— Você está... Se movendo. — Corrigi, mal conseguindo respirar de tanto rir. — Não vamos chamar isso de dança.Fabiana entrou na conversa, rindo tão alto quanto eu:— Acho que ele está inventando um novo estilo inteiro.Taylor revirou os olhos, mas

Ponto de vista da SerenaA festa estava a todo vapor, e eu ria de uma das piadas secas do Bill quando algo chamou minha atenção. Olhei para a pista de dança, observando a multidão girando, e então vi. Congelei no meio da frase, meu sorriso vacilou.— Por que a Stevie está se esfregando no Calvin? — As palavras escaparam antes mesmo que eu pudesse pensar no quão ridículas soavam.As sobrancelhas do Bill se arquearam, e ele seguiu meu olhar. Quando viu, a Stevie naquele vestido verde deslumbrante, se mexendo contra o Calvin como se estivessem numa balada, não num casamento, ele caiu na risada. Uma risada daquelas de balançar os ombros, do corpo todo.— Não tem graça nenhuma! — Sussurrei, dando um tapa no braço dele, embora não conseguisse evitar o sorriso que ameaçava aparecer nos meus lábios. — É o Calvin. Senhor "Vive no modo business". Desde quando ele... Dança assim?Bill enxugou os olhos, ainda rindo.— Pelo visto, o Calvin não é tão sem graça quanto você achava.Voltei a olhar para

Ponto de vista do CalvinO bar estava mais silencioso do que a recepção, mas a ardência do uísque no meu copo não chegava nem perto do fogo que ainda queimava dentro de mim. Dançar com a Stevie era para ser só uma distração, uma diversão passageira. Mas naquele momento? Naquele momento eu não conseguia parar de pensar na sensação do corpo dela colado no meu. No jeito como ela se movia, solta, sem pudores, como se soubesse exatamente o que estava fazendo comigo.O som dos saltos dela ecoou no piso de cerâmica, e eu levantei os olhos bem a tempo de ver ela se aproximando com aquele andar cheio de intenção. O vestido verde abraçava suas curvas, brilhando suavemente sob a luz fraca, e o rubor nas bochechas deixava claro que ela ainda sentia os efeitos da pista de dança. Ou talvez ela estivesse sentindo algo completamente diferente.— Já está fugindo de mim? — Ela provocou, se acomodando no banco ao meu lado. A voz soava leve, mas os olhos, aqueles olhos espertos e provocantes, contavam uma

Ponto de vista da StevieAcordei com a luz do sol atravessando as cortinas e uma dor de cabeça latejante que não vinha só do champanhe. Era aquele tipo de manhã, o tipo em que você sabia que aprontou alguma coisa, mas o cérebro ainda não alcançou os fatos. A cama estava macia demais, grande demais, e definitivamente não era a minha.Então caiu a ficha. Calvin Lancaster.Soltei um gemido e afundei o rosto no travesseiro. Que diabos eu tinha feito?Não era como se eu tivesse o hábito de acordar com um bilionário na minha cama. Eu não era daquelas garotas que corriam atrás de iates e jatinhos particulares. Na real, mal conseguia acompanhar as faturas do meu cartão de crédito, imagina lidar com um cara cujo patrimônio provavelmente era ofensivo de tão alto. Mas o Calvin... Ele era diferente. E aquilo me apavorava.Sentei devagar, puxando o lençol em volta do corpo. Meu vestido estava jogado em algum canto do quarto, e meus sapatos... Deus sabe onde. O peso da noite passada apertava no peit

Ponto de Vista do CalvinOs números não mentiram, mas naquele dia pareceram estar zombando de mim. Eu fiquei encarando as mesmas projeções financeiras por vinte minutos e nenhuma linha de dados parecia entrar na minha cabeça. Aquilo era raro para mim. Na verdade, era quase inacreditável. Normalmente, eu conseguiria recitar aqueles relatórios de trás para frente até enquanto dormia. Mas naquele momento? Meu cérebro parecia estar pregando uma peça cruel, se recusando a colaborar.Me recostei na cadeira, passando a mão pelos meus cabelos. O escritório estava silencioso, com o suave zumbido do ar condicionado preenchendo o espaço. Normalmente, aquele era o meu lugar. Minha fortaleza da solidão. Mas naquele dia, parecia sufocante.Começou como uma leve irritação, uma sensação de que algo não estava se encaixando. Naquele momento, era uma distração total, e eu sabia exatamente de onde vinha, ou mais precisamente, de quem.Stevie.Eu não sabia por que ela estava na minha cabeça. Não era como