Desde que tinha saído da delegacia na noite anterior, Diego não havia voltado para casa. Ele foi direto para o bar. No começo, apenas ficou sentado, perdido em seus pensamentos, mas, conforme o local foi enchendo de gente, ele acabou pedindo um copo de bebida. Diego nem precisou se esforçar para adivinhar quem havia chamado a polícia e feito ele ser preso. Ele sabia exatamente quem tinha sido. Mas o que ele não conseguia entender era como Alana podia ser tão fria e impiedosa. Ele se lembrou de vários momentos em que Alana havia sido gentil com ele. Não importava o que ele fizesse, ela sempre o ajudava com paciência e nunca se opunha a ele. Talvez, pensou Diego, ele nunca tivesse conhecido a verdadeira Alana. Ele não queria acreditar que aqueles olhos, antes tão cheios de ternura, agora não carregavam mais nenhum resquício de afeto por ele. Mas a realidade o forçava a aceitar isso. Ele nunca havia se sentido tão dividido. De um lado estava Telma, e do outro, Alana. No dia em que

As palavras de Alana tinham surtido efeito. O perturbador som das batidas na porta finalmente cessou, seguido pelo barulho do elevador. Diego, enfim, tinha ido embora.Telma levou Diego de volta para casa e o jogou na cama. Porém, ela não conseguiu conter a raiva que sentia. Hoje, ela havia passado por uma grande humilhação na frente de Alana!Certamente Alana devia estar se sentindo vitoriosa agora. Mas Telma não iria se render. Diego era dela, e ela não permitiria que Alana o tirasse dela.Alguns dias depois, Alana enviou a tese que havia escrito para a revista de psicologia. Provavelmente levaria uns sete ou oito dias até que recebesse uma resposta.Ela estava sentada à mesa, rabiscando em um bloco de notas, quando um anúncio apareceu na tela do computador. Era mais um pop-up de notícias, e ela estava prestes a fechá-lo com o mouse.De repente, viu o rosto de Murilo na tela. Ele estava sendo entrevistado. Naquele momento, sua expressão era serena, confiante e cheia de elegância. A p

Alana não tinha certeza. Não tinha certeza se Murilo realmente queria ficar com ela. Embora ela soubesse dos sentimentos dele, e tivesse ouvido da boca dele a palavra “gostar”, isso não significava que eles poderiam realmente ficar juntos. Afinal, ela era... uma mulher divorciada. Com esse pensamento, a expressão de Alana ficou gradualmente mais abatida. O calor que sentira anteriormente parecia ter sido apagado por um balde de água gelada. Enquanto isso, lá embaixo, Murilo não tinha ideia de que Alana estava pensando em tantas coisas. Ele apenas se dava conta de que o beijo de antes tinha sido leve demais. Ele dirigiu para longe, mas, mesmo com o ar-condicionado do carro no nível mais baixo, ainda sentia-se inquieto, como se estivesse queimando por dentro. Alana teve uma noite difícil e mal conseguiu dormir. No dia seguinte, no trabalho, estava visivelmente distraída. Enquanto esperava ansiosamente pela resposta da revista de psicologia, um telefonema trouxe uma notícia inespe

O Diretor Tim olhou para Alana com uma expressão de descontentamento.— Você tem algo a dizer?Alana caminhou em direção a Vanessa, encarando todos os presentes, e declarou com firmeza:— Claro que tenho! Tenho algumas perguntas para fazer à Vanessa.— Pode perguntar! — Respondeu Vanessa, com o tom carregado de hostilidade.— De onde você tirou a ideia para o seu tema de pesquisa? — Perguntou Alana, sem hesitação. Vanessa respondeu prontamente, quase como se tivesse ensaiado:— Claro que foi depois de ler muitos artigos internacionais e assistir a diversas conferências. Só assim consegui definir a direção da pesquisa. — Errado. — Alana sorriu com tranquilidade. — Errado? Quem é você para dizer isso? Eu posso até mostrar os relatórios das conferências que eu assisti! — Vanessa exclamou, tentando manter a compostura. Alana ignorou a agitação de Vanessa e conectou seu computador à tela grande da sala. Ela abriu os registros de e-mails trocados com Renata, com a data da discussão i

Murilo abriu a mensagem mais recente em seu celular. Era um áudio. Ele clicou para ouvir e reconheceu imediatamente as vozes de duas pessoas: uma era a de Alana; a outra, de uma mulher desconhecida.Ayla também ficou surpresa. Não eram apenas as vozes de Alana e da mulher. O áudio também incluía a voz do Diretor Tim. — Ah! Quero ver o que essas pessoas que difamaram Alana vão dizer agora! Foi aquela professora que roubou a tese de Alana! — Comentou Ayla.Além disso, Ayla conseguiu reconhecer a voz do Professor Igor no áudio. Era óbvio que o áudio fora gravado durante uma reunião. Animada, Ayla começou a escrever vários comentários felizes abaixo da gravação. — Irmão, Alana está bem agora! — Disse Ayla, sorrindo. Murilo, no entanto, não parecia tão empolgado. Seu rosto mostrava uma expressão sombria. — Vou te levar para casa primeiro. — Disse ele. — Não vai esperar a Alana? — Vou deixá-la em casa e depois volto para cá. Ayla arregalou os olhos, surpresa:— Irmão, então me