Passei a noite com Heitor e os caras, tentando me distrair. Rimos, bebemos, jogamos conversa fora... mas, no fundo, nada funcionou. O rosto dela me perseguia. Belinda. Aquela garota tinha me lançado um feitiço maldito, e nem mesmo a bebida foi capaz de apagar sua imagem da minha mente.Voltei para casa com uma inquietação que crescia no peito. Tentei me ocupar, fiquei um tempo com Perla e minha mãe na sala, tentando me reconectar com a rotina que eu queria reconstruir. Lívia tinha saído com as amigas e não avisou que horas voltaria, o que já me deixava em alerta. Sempre fui protetor demais com ela.Mais tarde, já deitado, meu celular vibrou. Era uma mensagem do Heitor, falando sobre o convite dos pais dele para um café da manhã em família. Seria o momento ideal para resolver o assunto do estágio e, com isso, colocar um ponto final em tudo que me prendia no outro lado. Confirmei minha presença. Iria cedo. Quanto antes eu resolvesse tudo, melhor.Eu precisava retomar minha

Assim que ela sai da minha sala, o ar parece mudar. Fica pesado, carregado de algo que não sei explicar. Tento voltar para os relatórios na minha mesa, mas é inútil. As letras dançam, e tudo o que vejo é a expressão dela ao me encarar... e aquele olhar que oscilava entre raiva e curiosidade.Droga.Levanto, pego o celular e decido sair para almoçar. O restaurante em frente à empresa parece a melhor fuga. Peço qualquer coisa, mas mal presto atenção ao cardápio. Não é fome o que me consome, e sim a maldita vontade de cutucar aquela mulher de novo.Belinda.Só de lembrar do jeito que ela aperta os lábios quando tenta se controlar, sinto um impulso quase infantil, mas muito mais perigoso de vê-la perder o equilíbrio. Ela é daquele tipo que acha que está no controle... e eu adoro testar esses limites.Pego o celular, o polegar pairando sobre a tela antes de abrir a conversa com minha irmã.Mensagem online:- Lívia, você sabe se a Belinda está com aquele projeto do playboy?Envio.O tempo d

Quando acordei, estava decidido. Precisava tomar a frente da situação, ficar preso nesse jogo de provocações não me levaria a lugar nenhum.Tomei o café da manhã com minha mãe e Lívia, tentando manter a conversa leve, mas já com um plano na cabeça. Acabei convidando-as para me acompanhar até uma concessionária; precisava comprar uma moto, algo que me ajudasse a driblar o trânsito e ganhar tempo nos meus dias.Negócio fechado, deixei minha irmã na faculdade. O tempo estava curto, mas não resisti: antes de partir falei com ela e ver irritada me deu gás mas logo ela teria uma supresa. Não podia render muito, já estava em cima da hora. Não suporto chegar atrasado.Assim que cheguei ao trabalho, mergulhei em relatórios, tentando manter o foco. Mas, no meio de uma frase que eu sequer terminei de revisar, meu celular vibrou. Era Lívia. As palavras na tela fizeram o ar sumir dos meus pulmões: Nossa irmã caçula sofreu um acidente estar no hospitalde referência, estou indo para lá agora.Na mes

O jantar com Belinda foi como fogo e gasolina intenso, elétrico, impossível de ignorar. Eu não pedi tempo, não medi consequência. Quando a encontrei sozinha no sofá, não resisti. Beijei-a como se tivesse esperado anos por aquele momento. E quando ela correspondeu, entregue, cada parte dela se encaixando na minha, eu soube que estava perdido.Mas fomos interrompidos, e tive que me conter. Merda... minha vontade era de pegá-la no colo e levá-la direto para o meu quarto, esquecer do mundo e me perder nela. Só que não era hora. Então decidi levá-la para casa.O que estragou minha noite foi ter visto a Lívia beijando um cara. Vi nos olhos da Belinda que ela sabia quem era, e a forma como ela olhou... Aquilo queimou dentro de mim, mas não era momento de cobrar nada. Ainda assim, ter o gosto dos beijos da Bel mais uma vez deixou claro: não sei até quando vou aguentar ficar longe dela.Voltei para casa e encontrei a Lívia no sofá, como se nada tivesse acontecido, devorando pipoca e assistindo

Não aguentava mais esperar para estar com Belinda. O desejo e a saudade me consumiam de uma forma que eu não conseguia mais controlar. Então fui até a casa dela. Assim que cheguei, senti a tensão no ar aquele silêncio disfarçado de receio, os olhares calculados dos irmãos dela, e até o jeito protetor do pai. Aquilo me incomodou por um instante, mas logo fui recebido por todos, e ver Belinda ali, falando de forma leve, natural, me fez esquecer qualquer desconforto.E quando finalmente ficamos sozinhos... matei parte da saudade que queimava em mim. Seus beijos me trouxeram de volta à vida, cada toque dela me lembrava porque não conseguiria desistir, não importa os obstáculos. Mesmo os testes dos irmãos mais novos, as provocações veladas, eu levei numa boa. Entendi que era zelo, eles apenas queriam proteger a irmã. Então deixei claro, olhando firme, que minha intenção com Belinda era séria. Não de um momento, mas de futuro.Foi difícil sair dali. Difícil deixar o calor do sorriso dela e