O carro parou na entrada da mansão, e meu coração deu um salto, uma onda de alívio e alegria tão grande que quase me sufocou. Depois de duas semanas no presídio, onde o cheiro de mofo e o som das grades me assombravam, a visão da casa de Will, com suas janelas amplas, o jardim florido e a promessa de segurança, era como um sonho. Me trouxe mais alegria do que o dia que eu cheguei aqui pela primeira vez.Will segurava minha mão direita enquanto eu mantinha a outra sobre meu ventre, os dedos quentes entrelaçados nos meus, os olhos cor de mel brilhando com amor, eu podia sentir a paixão transbordando dele naquele olhar.— Você está em casa, cupcake. — ele murmurou com os lábios contra minha cabeça, e eu sorri, as lágrimas já querendo escapar, o coração transbordando.A porta da frente se abriu antes mesmo de descermos do carro, e Melissa veio correndo com Lucy ao seu lado, agarrada a um ursinho de pelúcia com força. O rostinho de Lucy se iluminou, os cachinhos castanhos balançando enquan

O consultório estava agitado, com o zumbido suave do ar-condicionado e o murmúrio de vozes ao fundo, mas nada se compara a agitação que eu via em Will. Eu estava sentada na cadeira de espera com as mãos cruzadas sobre a barriga que começava a se arredondar, havia um sorriso nervoso brincando nos meus lábios enquanto eu observava o papai ansioso.Estávamos entrando no quarto mês da minha gravidez, e estávamos cada dia mais animados com o que viria, a vontade de ter nosso bebe nos braços borbulhava no meu peito como uma onda que eu não conseguia parar de tocar. Hoje, William e eu faríamos uma nova consulta pré-natal, e a promessa de ouvir novamente os batimentos cardíacos do nosso bebê me deixava quase sem ar, aquele som rápido e forte que parecia um milagre.Mas nada, absolutamente nada, se comparava à empolgação do William. Ele não conseguia ficar parado, andava de um lado para o outro no corredor, os sapatos batendo contra o piso brilhante e as mãos gesticulando enquanto falava sem p

Eu ainda estava magoada, o peso da revelação sobre Meredith era como uma pedra sobre meu peito, me sufocando aos poucos. Sempre que eu achava que conhecia William, que estávamos finalmente construindo algo sólido, um segredo novo aparecia, como uma rachadura na confiança que eu tentava tão desesperadamente fortalecer.Ele escolheu esconder isso de mim, escolheu mentir mais uma vez, e cada vez que eu pensava nisso, sentia ele escorregar um pouco mais para longe de mim, como se o homem que eu amava fosse um estranho em alguns momentos.Mas antes que eu pudesse processar a dor e aquela revelação do passado dele, a sala à nossa frente se abriu em uma cena de pesadelo. Homens circulavam pelo ambiente, vozes baixas e movimentos rápidos, cuidando de alguém que eu mal conseguia identificar no meio do caos.Quando meus olhos finalmente focaram no homem que estava no centro de tudo, meu estômago se revirou. Eu não conhecia ele, mas tão machucado que parecia mais um espectro. Cortes profundos ma

Acordei sentindo meu corpo pesado, ainda carregado pela lembrança da noite longa com William. Estiquei-me na cama, sentindo os músculos reclamarem de cada movimento, uma constatação do quanto foi intensa a nossa noite depois que conversamos. Um sorriso tímido se formou em meus lábios com as lembranças enquanto minha mão tateava o colchão, procurando por ele. Mas o espaço estava vazio, frio, e a ausência dele me fez franzir a testa.— Will? — o chamei com a voz rouca de sono, mas não houve resposta. Suspirei, ele tinha muito para lidar, não podia culpá-lo.O bebê se agitou dentro de mim com um lembrete de que estava faminto e eu me forcei a sair dali. Levantei-me com cuidado, coloquei um shorts e uma camiseta larga de William que cheirava a ele. Senti o movimento em minha barriga, uma pontada de fome que parecia ecoar no meu estômago, então desci correndo para a cozinha encontrando Jenny com um sorriso caloroso em minha direção enquanto mexia em uma tigela.— Bom dia, querida. Pensei

Foi difícil sair de casa depois de contar a Sophia o que estava indo fazer, eu tinha levado a sério não esconder mais nada dela, mesmo que fosse para o bem dela, agora eu diria tudo pois não queria mais ver seu rosto magoado ou levá-la a me odiar. Ela tentou me fazer desistir, mas eu tinha que tentar convencer Amber a parar com aquilo, para alguma coisa deveria servir os anos que eles foram amigos.Quando cheguei ao apartamento dela não consegui deixar de notar os dois guarda costas que ela não costumava andar. O ar estava saturado com um perfume doce que agora irritava meus sentidos, ficando mais intenso enquanto ela se aproximava de mim.As paredes da sala ainda eram cobertas de quadros caros como eu me lembrava, todos os móveis perfeitamente alinhados, ornando e gritando dinheiro, mas tudo com uma frieza que refletia quem ela havia se tornado. Amber estava à minha frente, recostada no sofá com um sorriso debochado brincando nos lábios, os olhos brilhando com uma mistura de desafio