Duas semanas. Duas semanas inteiras trancada naquele presídio, e eu sentia que estava a um passo de enlouquecer. O ar era pesado que grudava na pele, as paredes de concreto cinza, o som constante de grades batendo e vozes gritando, tudo isso parecia me engolir, roubar o pouco de esperança que eu tentava agarrar.
Minha mão descansava no ventre, eu queria tanto vê-lo, ouvir os batimentos do meu bebê, fazer uma ultrassom e ter a certeza de que ele estava bem. Mas aqui, a única coisa que me ofereceram foi uma checagem rápida com a médica do presídio e exame de sangue.
— A ultrassom vai ser feita fora, em algumas semanas. Não temos o aparelho aqui.
As palavras da médica rondavam minha mente. Se eu não estivesse presa tudo seria diferente, Will teria os melhores médicos, os melhores hospitais com equipamentos de ponta. Eu estaria deitada numa sala confortável vendo meu bebê na tela e ouvindo o coraçãozinho dele, com Will ao meu lado segurando minha mão, com aquele sorriso que fazia meu mund