Rebeca Maldito preconceito. Respirei fundo e encarei o teto do quarto. Meu coração, mesmo cheio de amor, estava em guerra com a realidade. E a realidade, às vezes, não perdoa. Não é só pela cor da pele. A barreira é muito mais profunda: cultura, raça, status social. É como se o mundo tivesse sido projetado para afastar pessoas que se amam por razões que não deveriam importar. No caso da família do Rahmi, o preconceito parece vir em camadas. Não gostam de negros, tampouco do Brasil. E eu me pergunto... o que, exatamente, eles têm contra o meu país? Para piorar, Rahmi está claramente doente, fragilizado. E seus pais, ocupados demais com aparências e tradições, parecem incapazes de notar. É revoltante. Eles olham tanto para si mesmos que esquecem de ver o próprio filho. Meus pensamentos foram interrompidos pelo som inesperado da campainha. Estranhei. A recepção não avisou ninguém. Imaginei que fosse Nathifa. Mas, ao abrir a porta, dei de cara com um casal bem vestido, com a postura
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