O clima no Inferno havia mudado desde a chegada de Ilan. Os murmúrios, antes dispersos, agora se tornavam ondas de energia inquieta, vibrando pelas cavernas e corredores flamejantes. Era como se as sombras esperassem… um anúncio.E ele veio.Haidê — que em outras eras fora Silvânia, Ileana, Ilana — caminhava com Ilan pelo labirinto de rochas vivas, trocando memórias como quem troca lâminas afiadas.Ela ria. Ria com aquela alegria macabra que só alguém que já atravessou eras infernais pode ter.Falava de seus primeiros ataques como criatura-lunar, de quando a família inteira era induzida a dar as mãos em círculos — e, sem perceber, transformavam-se num único ser, um só lobo gigantesco, uma única fome.— Você precisava ver, Ilan… — dizia ela, gargalhando. — Os pré-históricos… meu Deus infernal… cada reação mais hilária que a outra! Eles nem entendiam o que estava acontecendo. Era só medo, cheiro de pânico, e aquele momento em que percebiam que a própria sombra estava viva…Ilan sorria,
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